O TikTok, aplicativo de vídeos curtos, anunciou na última quarta-feira (1) uma nova medida para restringir o uso da plataforma por adolescentes. A partir das próximas semanas, as contas de usuários menores de 18 anos terão um limite de tela automático de 60 minutos. Quando esse tempo for atingido, a rede solicitará uma senha para continuar assistindo aos vídeos. A nova medida tem como objetivo incentivar uma utilização saudável e responsável da plataforma.

Embora a tela digital possa ser uma ferramenta educativa e divertida para crianças e adolescentes, o uso excessivo pode trazer alguns problemas. Segundo a psicóloga Juliana Costa, 45 anos, que trabalha com a abordagem cognitiva comportamental, essa exposição às telas pode afetar o neurodesenvolvimento das crianças e dos adolescentes.

"Isso é fato, além de inferir na alimentação, sono, experiências sensoriais, socialização e até mesmo nas relações de afeto e carinho, que passam a ser mecânicas", salienta.

Questionada sobre a saúde mental, Juliana explica que as crianças necessitam de estímulos motores e afetivos para se desenvolver. "Quando exposta ao uso excessivo de celulares, tablets e afins, podem ativar comportamentos por vezes agressivos ou de isolamento. Não por acaso, atualmente é comum crianças chegarem aos consultórios de psicologia com sintomas que envolvem o transtorno de ansiedade e até mesmo com quadros de depressão." O quadro não muda drasticamente quando se trata dos adolescentes. "Já nos adolescentes, o uso abusivo e a exposição sem limites às telas prejudicam efetivamente a memória, a atenção e concentração para tudo que não seja seu foco de interesse. Portanto, tendem a ter prejuízos no desempenho escolar. Além disso, desenvolvem uma impulsividade, pouca tolerância à frustração, agressividade e transtornos alimentares, como também distúrbios do sono. Portanto, estar quietinho no quarto não significa estar bem", finaliza.

MÃES

Mãe de três filhos, a bancária Alessandra Moreira Marossi, de 42 anos, tem se preocupado com o tempo que eles passam em frente ao celular e inseridos nas redes sociais. "Sou mãe de três meninos que, como toda criança, adoram uma telinha. Porém não sou a favor do uso excessivo do celular e nem das redes, por mais que o conteúdo que eles estejam vendo sejam 'inofensivos'. Eu quero que meus filhos saibam que existem outras atividades que podem ser feitas além do uso do celular. É importante ter um equilíbrio entre o tempo de lazer e o tempo de estudo, por exemplo", explica.