Para ser do bem

19/01/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Emocionei-me com a colocação da Jennifer Merfet, associada da Magdala – entidade que atua junto a mulheres em situação de vulnerabilidade social – em seu Facebook: "Hoje eu completo um ano de pastoral e associação Maria de Magdala. Tenho tanta gratidão à minha mãe que me apresentou a Cristina Castilho,  dona Rose Ormenesi, Maria Inês Guarda Tafarello, por me acolherem e me ajudarem na minha evolução espiritual. Não que devemos estar na religião pra ser do bem, mas que quando estamos de fato, de coração aberto e ao lado de pessoas do bem, tudo muda: nossas referências mudam e o bem se instala! Passamos a reproduzir aquilo que aprendemos. Obrigada por tudo! Desde o dia que coloquei os pés na primeira reunião, senti meu coração aliviado e amparado; senti o amor fraterno e a presença do Espirito Santo! Muita gratidão!"

Sua mãe, Élide Merfert que, entre vindas e idas, na Pastoral da Mulher/ Magdala, agora de presença definitiva, escreveu logo abaixo: "Parabéns, filha. Este é o caminho que me conduziu também... Continue, pois esta casa – a sede da Associação Maria de Magdala – é a verdadeira morada de Deus. Lá mora verdadeiramente o Amor ao próximo. Encontramos lá o afeto, o carinho, o sorriso verdadeiro, não importa o que somos, a diferença é para aonde nos levam as palestras, a palavra de Deus... Não há preconceito, não existe discriminação, apenas conforto e Amor... Abrace este amor por toda sua existência... Estou em Paz, pois meus netos estão aprendendo a conhecer esse caminho e sei que o caminho deles futuramente será suave... Obrigada, Deus!"

Recentemente, escrevi uma crônica sobre a Élide, na qual ela afirmava, depois de fazer a Primeira Comunhão no ano passado, que o Padre Márcio Felipe de Souza Alves – assessor espiritual da Pastoral da Mulher – fora para ela um divisor de águas. Após o texto, manifestou-se: "Olha eu aí, Padre Márcio, mais que um Diretor Espiritual... Através de suas Mãos abençoadas recebi a absolvição... Restituiu minha vida... Fortaleceu minha Fé... Minha Gratidão eterna".

No Face da Jennifer há uma postagem do livro "Viagens de um naturalista ao redor do mundo", em que Charles Darwin dedica várias páginas a sua estadia no Brasil em 1832. Quando esteve no Recife, impressionou-se com a brutalidade: "É uma terra de escravidão, portanto de decrepitude moral". Relata sobre a escrava fugitiva encurralada, junto com alguns escravos, que preferiu se atirar no precipício a se entregar ao capitão do mato. Escreveu após sair do Brasil: "Até hoje, quando escuto um grito na madrugada penso que é um escravo brasileiro – sendo espancado - e tremo todo. Em Salvador e no RJ as donas de casa tinham tarrachas para esmagar as articulações dos dedos dos escravos domésticos. E aos domingos iam à igreja, onde diziam amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo".

Falta de afeto, de cuidados, de oportunidades iguais, preconceito, uso do outro são formas de tortura que podem levar aos despenhadeiros do mundo. Escolhemos as Palavras de Jesus: "Não são os que estão bem que precisam de médico, mas sim os doentes. Ide e aprendei o que significam estas palavras: 'Eu quero e misericórdia e não o sacrifício' (Os 6, 6). Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores".

Maria Cristina Castilho de Andrade é professora e cronista (criscast@terra.com.br)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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