Posse

Todos os detalhes da cerimônia de posse do presidente Lula

Evento vai ter festival de música e poderá contar com a presença de figuras inusitadas, como a vira-lata Resistência, adotada pela futura primeira-dama.

31/12/2022 | Tempo de leitura: 7 min
Agências

Divulgação

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vai assumir no domingo (1º) seu terceiro mandato à frente do país. O evento que está sendo organizado pela equipe do novo governo vai contar com shows de 60 cantores e bandas, além do tradicional rito de posse, com a participação do presidente eleito e do vice, Geraldo Alckmin.

São esperadas centenas de milhares de pessoas na Esplanada dos Ministérios.

Festival do Futuro

Uma das novidades da posse de 2023 será a realização de um festival de música, no gramado da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, que terá início já na manhã de domingo.

Chamado de “Lulapalooza” nas redes sociais, o Festival do Futuro terá os seguintes horários :

10h: início das atividades culturais

Às 13h: pausa para a cerimônia protocolar (veja mais abaixo)

15h50: show com Juliano Maderada, do hit "Tá na hora do Jair já ir embora"

18h30: retomada das atividades culturais

3h30: previsão de encerramento

O festival também será transmitido pela internet. Os canais ainda não foram divulgados.

Na altura dos ministérios da Previdência e do Turismo, na Esplanada dos Ministérios, estão sendo montados dois palcos: Gal Costa e Elza Soares – homenagem às cantoras que morreram em 2022. As apresentações acontecerão de forma alternada em cada palco.

Até esta quarta-feira, mais de 60 artistas estavam confirmados. Entre os destaques:

BaianaSystem, Chico Cesar, Duda Beat, Ellen Oléria, Fernanda Takai, Fernanda Abreu, Gaby Amarantos, Geraldo Azevedo, Johnny Hooker, Luedji Luna, Marcelo Jeneci, Margareth Menezes (futura ministra da Cultura), Maria Rita, Martinho da Vila, Pablo Vittar, Teresa Cristina, Valesca Popozuda e Zélia Duncan.

Segundo a equipe do presidente eleito, ainda há previsão de participação de Lula no local destinado ao evento, o que seria uma quebra de protocolo. O horário, no entanto, ainda não informado.

A entrada no festival é gratuita e não haverá necessidade de retirada antecipada de ingressos.

Junto ao festival, uma feira gastronômica vai atender o público das 9h às 2h.

Além disso, telões serão instalados na área do evento para que o público possa acompanhar as cerimônias protocolares, como o ato que oficializa a posse, no Congresso Nacional, o pronunciamento e a transmissão da faixa presidencial.

Trajeto de Lula e Alckmin

A sessão solene destinada a dar posse ao presidente e ao vice-presidente eleitos, Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, acontecerá no plenário da Câmara dos Deputados, a partir das 15h.

Antes, haverá um cortejo pela Esplanada dos Ministérios. Ele começará próximo à Catedral Metropolitana de Brasília, com desfile dos eleitos até o Congresso Nacional, sede da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Após a posse, já na Praça dos Três Poderes, no Palácio do Planalto, o presidente eleito deverá receber a faixa presidencial e fazer um pronunciamento. E, por fim, haverá recepção de chefes de Estado e representantes de vários países no Palácio do Itamaraty.

Veja os horários:

14h20 às 14h30 - O presidente e o vice-presidente eleito chegarão à Catedral Metropolitana de Brasília

14h30 - O cortejo presidencial desfilará pela Esplanada dos Ministérios até o Congresso Nacional. O trajeto tem 1,4 km

14h40 - Chegada de Lula e Alckmin ao Congresso Nacional. Eles estarão acompanhados das respectivas primeiras-damas, Janja da Silva e Lu Alckmin

15h - Sessão solene de posse (expectativa é que dure entre 40 e 50 minutos)

A sessão solene será comandada pelo presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Estarão na Mesa, além de Pacheco, Lula e Alckmin, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o primeiro-secretário do Congresso, Luciano Bivar (União-PE), a presidente do STF, Rosa Weber, e o procurador-geral da República, Augusto Aras.

15h50 - Ida ao Senado

Após assinatura do termo de posse (veja curiosidade abaixo), presidente e vice-presidente farão uma pequena parada na sala de audiências do Senado Federal, com previsão de durar cerca de 10 minutos.

Em seguida, Lula, Alckmin e as esposas vão ser acompanhados pelos chefes de cerimonial e devem saiar para o Salão Azul em direção ao Salão Negro.

16h05 - Honras militares

Após atravessar o Salão Negro, o grupo se posicionará na saída do Congresso. O presidente da República, então, deve ser colocar à frente das demais autoridades para acompanhar a execução do Hino Nacional pela Banda do Batalhão da Guarda Presidencial.

16h20 - Saída do presidente e do vice-presidente para o Palácio do Planalto.

16h20 às 18h – Já no Palácio do Planalto, Lula e Alckmin seguirão os seguintes ritos:

O presidente Lula subirá a rampa ao lado do vice-presidente, Geraldo Alckmin. Esse momento pode contar com uma participante inédita – a cachorra de estimação da primeira-dama: a Resistência. A vira-lata de 4 anos foi adotada por Janja quando Lula esteve preso em Curitiba, em 2018.

Após subir a rampa, Lula receberá a faixa presidencial. Ainda não foi definido quem entregará a faixa ao presidente eleito, Lula deve fazer um discurso já com a faixa e, depois, dará início à nomeação dos ministros.

Por fim, é feita a foto oficial do novo governo.

A partir das 18h – Lula e Alckmin vão participar de um jantar no Itamaraty com autoridades estrangeiras.

Líderes estrangeiros

Ao menos 65 delegações compostas por chefes de Estado, chefes de governo e ministros já confirmaram presença.

Considerando as confirmações de todos os níveis, de embaixadores a presidentes, cerca de 120 países estarão representados na posse do Lula.

Até o momento, 19 chefes de Estado disseram que vão participar:

presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier

presidente de Angola, João Lourenço

presidente da Argentina, Alberto Fernández

presidente da Bolívia, Luis Arce

presidente de Cabo Verde, José Maria Neves

presidente do Chile, Gabriel Boric

presidente da Colômbia, Gustavo Petro

presidente do Equador, Guillermo Lasso

rei da Espanha, Felipe VI

presidente da Guiana, Irfaan Ali

presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló

presidente de Honduras, Xiomara Castro

presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez

presidente do Peru, Dina Boluarte

presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa

presidente do Suriname, Chan Santokhi

presidente de Timor Leste, José Ramos-Horta

presidente do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou

presidente do Togo, Faure Gnassingbé

Desfile no Rolls-Royce

O desfile em carro aberto a bordo do famoso Rolls-Royce pode não ocorrer em 2023. Isso porque a equipe responsável pela posse presidencial analisa a possibilidade de Lula usar um veículo blindado por causa dos recentes atos de violência de bolsonaristas em Brasília.

Além disso, a futura primeira-dama Janja da Silva, disse no início deste mês que o tradicional veículo teria sido "danificado" pela gestão de Jair Bolsonaro. Janja, no entanto, não deu detalhes sobre o dano.

De modelo Silver Wraith, o Rolls-Royce foi fabricado em 1952, na Inglaterra, e transportado por navio de Londres para o Rio de Janeiro, então capital brasileira, em 1953. Desde então, pertence à Presidência da República e já conduziu todos os presidentes do Brasil, em diferentes ocasiões.

Passagem da faixa presidencial

A passagem de faixa é uma tradição que já tem mais de 100 anos. Nas cores verde e amarelo, com detalhes em ouro 18 quilates e com 21 brilhantes, a faixa aparece nas fotos oficiais dos presidentes e simboliza a transferência de poder nas cerimônias de posse.

Mas, como o Brasil tem uma história política marcada por golpes, renúncias e impeachments, nem sempre o novo presidente recebeu a faixa do seu antecessor. E isso deve ocorrer novamente em 2023.

O presidente Jair Bolsonaro já sinalizou que não deve entregar a faixa ao petista. Na cerimônia de diplomação, que aconteceu em dezembro, Bolsonaro não esteve presente.

Livro Histórico de Posse Presidencial

As assinaturas do termo de posse devem estrear o terceiro volume do Livro Histórico de Posse Presidencial. Os livros guardam os termos de posse desde o início da República.

O primeiro foi assinado em 1891 pelo Marechal Deodoro da Fonseca. O segundo, aberto para a assinatura de Café Filho, em 1954, registrou, em 2003 e 2007, as assinaturas de Lula e seu vice José Alencar.

O termo de posse é o registro formal de que o candidato eleito, de fato, assume a Presidência da República. Atualmente, os livros estão guardados no Arquivo do Senado Federal, e podem ser acessados on-line.

Esses livros são manuseados apenas nos períodos de posse: de quatro em quatro anos. Todo o acervo histórico é guardado sob monitoramento constante de temperatura e umidade. Há controle biométrico para acesso às salas dos acervos e câmeras de monitoramento.

No dia da posse, o livro é retirado do arquivo no momento da Sessão Solene e levado aos cuidados da Secretaria Legislativa do Congresso Nacional (SLCN), que é a responsável pela produção, elaboração e coleta das assinaturas do novo termo. Além do registro no livro histórico, a secretaria produz outros seis termos avulsos.

Todos os presidentes e vices devem assinar o livro dos Termos de Posse Presidencial.

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