Uma mulher foi autuada por tráfico de animais silvestres após ser flagrada com um filhote de papagaio-verdadeiro e uma arara-canindé na última sexta-feira, 31, em Orlândia, na região de Franca. A ação foi realizada por policiais militares ambientais que receberam uma denúncia anônima sobre a venda ilegal de aves pelas redes sociais.
De acordo com a Polícia Ambiental, os cabos Carlos Leme e Rufino patrulhavam o bairro Jardim Santa Rita quando avistaram a mulher carregando uma caixa plástica sem tampa com o filhote de papagaio dentro. Durante a abordagem, ela disse ser dona do animal.
A mulher contou aos policiais que seu companheiro teria encontrado três filhotes de papagaio-verdadeiro caídos de um ninho em uma área de mata e que, por não poder manter todas as aves, resolveu “doar” os animais nas redes sociais — dois deles já haviam sido repassados a outras pessoas.
Durante a conversa, ela também informou possuir uma arara-canindé em casa e apresentou uma nota fiscal e um certificado de origem, alegando que a ave era proveniente de um criador autorizado. No entanto, a equipe encaminhou os documentos para análise técnica, que constatou indícios de falsificação.
Segundo o laudo, a nota fiscal não constava nos bancos de dados da Receita Federal e o certificado apresentava diversas inconsistências. Além disso, o criador citado na documentação estava com a comercialização suspensa desde abril de 2024 e a nota apresentada foi emitida em outubro de 2025.
Diante das irregularidades, a mulher foi autuada por crime de tráfico de animais silvestres, conforme o artigo 29 da Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998). As aves — o papagaio e a arara — foram apreendidas e encaminhadas ao Cetras (Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres) de Ribeirão Preto, responsável pelo cuidado e reabilitação de animais silvestres.
A Polícia Ambiental destacou que a arara-canindé é uma espécie ameaçada de extinção.
Além do procedimento criminal, a mulher também recebeu uma multa de R$ 6.500,00. As aves apreendidas serão avaliadas e poderão ser devolvidas à natureza após passarem por reabilitação.
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