EDUCAÇÃO

Comida vai pro lixo e servidor cobra fim do desperdício em Franca

Por Leonardo de Oliveira | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação/MEC
Sobra de merenda escolar é descartada diariamente, segundo denúncia de servidora; Prefeitura alega seguir regras do PNAE
Sobra de merenda escolar é descartada diariamente, segundo denúncia de servidora; Prefeitura alega seguir regras do PNAE

Denúncia feita por uma servidora de uma escola estadual de Franca, durante o programa “A Hora é Essa!”, da Rádio Difusora, na semana passada, reacendeu um debate sobre o uso dos alimentos nas unidades de ensino e o destino das sobras da merenda escolar.

Segundo o relato, merendeiras contratadas pela Prefeitura estão orientadas a não oferecer merenda aos servidores da escola, sob a justificativa de que a alimentação é destinada exclusivamente aos alunos. A denunciante reconhece que o foco principal deve ser o atendimento às crianças e adolescentes, mas aponta um problema recorrente: a sobra de comida.

“Diariamente, sobra comida — e, infelizmente, essa sobra é descartada no lixo”, afirmou. Ela questiona o sentido de desperdiçar alimentos adquiridos com recursos públicos enquanto pessoas que trabalham na escola, e muitas vezes não têm outra refeição, poderiam aproveitar as sobras com dignidade.

A crítica tem base legal. A servidora citou a Lei nº 14.016/2020, que trata do combate ao desperdício de alimentos e incentiva o aproveitamento de excedentes, inclusive em instituições públicas. A proposta, segundo ela, é encontrar um caminho que una o respeito à lei com a valorização de quem atua no ambiente escolar. “Não se trata de tirar dos alunos, mas de dar um destino mais humano e responsável àquilo que sobra”, completou.

O que diz a Prefeitura?

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que o controle da merenda escolar é feito com base na contagem diária dos alunos presentes, e que todo o processo segue o que está previsto no Artigo 5º da Resolução FNDE/CD nº 32/2006, que rege o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar ). Essa norma determina que a alimentação escolar é exclusiva para estudantes regularmente matriculados nas redes públicas.

A Secretaria não comentou o descarte das sobras mencionado pelo denunciante, mas reforçou que o protocolo atual segue as diretrizes do programa nacional.

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Comentários

3 Comentários

  • Thales 13/08/2025
    Acredito que em todas as unidades escolares acontece o mesmo, nós professores sendo proibidos de comer um prato de comida e a comida sendo jogada fora diariamente, é algo desumano e lamentável.
  • Anônimo 12/08/2025
    É uma situação antiga. Quando questionadas, as autoridades costumam afirmar que as Merendeiras devem rever seus protocolos para que não haja excedentes, e a \"culpa\" ainda recai sobre o elo mais fraco. Porém, mesmo com o planejamento mais cuidadoso, é impossível prever o quanto cada estudante irá comer, ocorrendo sobras inevitáveis. E se é preparado a menos, e falta comida, o escândalo é ainda maior. Então, segue-se o padrão draconiano de lançar comida ao lixo, porque não há um olhar humanizado a nível de Secretaria para esse fim. Vale lembrar que o deputado Carlos Giannazi (PSOL) é autor do Projeto de Lei nº 174/2023, que assegura aos professores e demais servidores das escolas públicas estaduais o direito à alimentação pelo programa de merenda escolar, e que tramita atualmente na Assembleia estadual.
  • Baltazar 11/08/2025
    Na casa dos meus pais eu aprendi que desperdiçar comida é pecado, no meu prato não sobre nem um grão de arroz, tantos passando fome e comida indo pro lixo??, isso é crime, é pecado, vejam as crianças morrendo de fome em Gaza e isso acontecendo??, tem que chamar a polícia pra isso.