Usuários do transporte coletivo em Franca estão enfurecidos com a empresa São José. Segundo passageiros, a empresa dimimuiu a quantidade de horários disponíveis durante as férias escolares, o que tem prejudicado quem precisa do transporte em alguns horários e lotado outros. Em visita ao terminal Ayrton Senna na tarde desta terça, 8, onze pessoas foram entrevistadas, 7 relataram estar sofrendo com o mesmo problema. Um motorista que trabalha em uma das linhas afetadas, que pediu para não ser identificado, confirmou que a empresa estaria trabalhando apenas com as linhas programadas para dias de sábado devido às férias escolares. Ou seja, o espaçamento entre a saída e chegada de ônibus estaria maior que o normal. Apesar das reclamações e do apontamento do motorista, em nota oficial a empresa São José nega que esteja fazendo menos viagens semanais.

"A São José, concessionária que opera o transporte coletivo em Franca, esclarece que são realizadas 470 viagens aos sábados, conforme determinado nas Ordens de Serviço (OS) emitidas pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Franca (Emdef), o órgão responsável pela gestão do transporte. Nos dias úteis, neste período de férias escolares e de recesso em algumas empresas, estão sendo realizadas 820 viagens, mesmo com a queda natural de demanda, comum para esta época do ano.", disse em nota e também orientou os usuários a consultarem os horários das viagens no site www.empresasaojose.com.br e no aplicativo Cittamobi.

“Estão fazendo horário de sábado, sendo que está normal. Desde o Natal. Eles acham que só os estudantes precisam, mas a gente também precisa. Isso aqui é uma verdadeira vergonha. Eu queria que alguém perguntasse pra empresa até quando vai ficar assim, olha o tanto de ônibus parados ali. Como nós vamos fazer?. relatou a trabalhadora Vilma da Penha, que utiliza a linha do bairro Vera Cruz.

“A gente chega no terminal e não sabe quando o ônibus vai chegar. Na sexta (3) tive que esperar mais de uma hora no terminal pois só tinha o dinheiro do passe, então não podia nem chamar um Uber”, disse Matheus Henrique, metalúrgico que necessita dos ônibus para ir de casa ao trabalho. A mãe de Matheus, Patrícia Rodrigues, diz ter ficado das 16h50 até 18h15 esperando a condução para voltar pra casa após uma consulta médica. Tanto Matheus quanto sua mãe utilizam a linha Aeroporto 2.

“O Vila Imperador não está passando no bairro. Pego todo dia de lá pra cá e não está passando. Já falei com vários vizinhos e todos eles disseram a mesma coisa”, disse Mateus Fernando Maranha, que trabalha fazendo atendimentos a domicílio e necessita do transporte coletivo para chegar aos locais.

Guilherme Otton, vendedor em uma loja de calçados, também tem tido uma experiência ruim nesse início de ano."Tanto eu quanto a minha mãe passamos pelo mesmo problema quase todos os dias. O ônibus que deveria fazer o horário de 6h20 simplesmente deixou de passar. Perguntamos o que estava acontecendo e um dos motoristas disse que era por falta de funcionário. Agora tem apenas 5h30 da manhã e o próximo e quase 1h40 depois. Então você tem ou que acordar muito cedo ou pedir uber pra não levar advertência no trabalho, já que somos trabalhadores CLT. O prefeito disse que as coisas seriam diferentes, mas ainda não vimos nada mudar. Então gostaria que eles dessem uma posição sobre o que está acontecendo. Gostaria que alguém dissesse alguma coisa na Câmara e desse um parecer porque não adianta pagar e não ter transporte".