![Professores e pais protestando no Centro de Franca](https://sampi.net.br/dir-arquivo-imagem/2025/01/bf5adf38cca849395c05964e91095e5c.jpeg)
No próximo domingo, 12, Franca será palco da 1ª Caminhada em Prol da Educação Especial, organizada em forma de protesto contra o decreto do governador Tarcísio de Freitas, que propõe a substituição de professores especializados em Educação Especial por cuidadores. O decreto estabelece uma formação de apenas 80 horas como critério para contratação desses profissionais. Além do fechamento das vagas para os profissionais da educação, o temor é a queda na qualidade do ensino para os alunos PCD.
A professora Priscila Cintra Neves Gomide, 41 anos, é a responsável pela iniciativa. Docente na rede estadual há 18 anos, Priscila procurou a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) assim que soube do decreto, buscando confirmar as informações e encontrar maneiras de questionar a medida.
“Ele [Tarcísio de Freitas] está simplesmente querendo retirar (professores) e colocar esses profissionais de forma ‘truculenta’. As crianças sofrem demais ao entrarem no Ensino Regular, pois enfrentam comportamentos rígidos e dificuldades de interação social. O professor especializado avança pedagogicamente com o aluno, trabalhando o comportamento para inseri-lo na sociedade. Sem esse profissional, isso se torna um transtorno, tanto para a criança quanto para os demais ao seu redor”, afirmou Priscila.
Graciele Alves Ferreira, 39 anos, também professora estadual há 18 anos e secretária da Apeoesp, é uma das principais vozes do movimento. Segundo ela, a terceirização do atendimento é inviável. “Os alunos merecem respeito e valorização. O trabalho colaborativo precisa ser realizado por um professor especializado, com formação em Pedagogia e Educação Especial, abrangendo várias áreas. Sem esse suporte, o aluno fica desprotegido na sala de aula, aumentando sua dificuldade e prejudicando seu desenvolvimento social”, destacou Graciele.
De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão (LBI nº 13.146/2015), estudantes com deficiência têm direito a um profissional de apoio escolar. Especificamente para alunos com condições atípicas, como o autismo, a Lei Federal nº 12.764/2012 garante o direito a um acompanhante especializado.
A vereadora Marília Martins, procurada pelos organizadores do movimento para atuar junto ao poder público, tem sido uma voz ativa contra a medida do governo. “Nenhum político deveria se sentir à vontade para classificar a educação especializada como desnecessária. Ao substituir professores por cuidadores, o governador Tarcísio de Freitas está negando às crianças atípicas e com deficiência os mesmos direitos. Ele não considera o impacto dessa decisão na vida dessas pessoas e no sistema público futuramente”, afirmou a vereadora.
A professora Graciele reforça o apelo à população de Franca para que participe do movimento. “A Educação Especial não segrega. Ela acolhe e potencializa os talentos, garantindo que a criança tenha o direito de aprender, independentemente de suas necessidades”, concluiu.
Serviço
A caminhada será no dia 12 de janeiro de 2025, às 9h. O ponto de encontro é em frente à Escola Estadual Coronel Francisco Martins, e o percurso seguirá até a Praça Nossa Senhora da Conceição, no centro. O evento contará com atrações como pula-pula, pipoca, algodão doce e personagens para as crianças.
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Comentários
4 Comentários
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Darsio 4 dias atrásO Governo Federal tem feito propaganda oferecendo vantagens para que seguir a carreira de professor. Ocorre que, nos referimos a uma profissão bastante depreciada pelo poder público, muito mal remunerada e com condições de trabalho bastante adversas. No governo de Tarcísio de Freitas, além dos professores serem muito mal pagos, assédios tem se tonado comum e, não é surpresa que em meio a tudo isso, muitos profissionais estão sentido um desapreço pelo magistério. E, antes que apareça um idiota que diga que o professor precisa é trabalhar por amor, é importante que se saiba que amor não paga boleto e outras contas. Se fôssemos um país sério, toda política educacional seria gestada em uma sala de aula, onde se encontram os dois grandes protagonistas da educação, isto é, professor e aluno, No entanto, esses dois personagens são completamente ignorados e o que se observa são políticas elaboradas por técnicos de gabinete que se quer sabem o que é uma sala de aula. Até mesmo muitos gestores como diretores, supervisores, coordenadores e dirigentes também não podem exigir tanto, pois quando estavam em sala de aula foram profissionais muito aquém do discurso que hoje pregam.
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Francisco Matos 4 dias atrásTarcisio destruindo o Estado mais rico da Federação. Vende tudo que demoramos dezenas de anos para construir.
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Darsio 4 dias atrásNão vejo incoerência em tudo que o Tarcísio está fazendo na educação, como a redução de 5% dos recursos constitucionalmente voltados para essa área, redução na carga horária, resultando em milhares de professores desempregados e, a infestação na sala de aula de aplicativos que, com o tempo também tendem a substituir professores, mesmo que tais recursos midiáticos sejam uma tragédia em termos de aprendizagem. Enquanto isso, o magistério paulista é um dos mais mal pagos do país e, salas de aula continuam superlotadas com alunos. Mas, Tarcísio deixava claro de que faria tudo isso e mais. Na verdade, incoerência são muitos professores que, demonstrando profundo analfabetismo político, votaram nesse sujeito e, agora manifestam toda uma insatisfação. Muitos pagam pela própria ignorância.
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Karenn 5 dias atrásEsse retrocesso na educação não pode acontecer !!!!