DISCRIMINAÇÃO

'Sei o que é ser discriminada por ser preta', diz vereadora

Por Pedro Baccelli    | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Sampi/Franca
Reprodução/Câmara Municipal de Franca 
Vereadora Andréa Silva discursa na sessão da Câmara Municipal de Franca, destacando políticas públicas voltadas para mulheres 
Vereadora Andréa Silva discursa na sessão da Câmara Municipal de Franca, destacando políticas públicas voltadas para mulheres 

Sem projetos protocolados pelo Executivo para votação na sessão ordinária desta terça-feira, 7, os “novos rostos” da Câmara Municipal de Franca aproveitaram o período da tarde para utilizar a Tribuna e defender suas bandeiras.

A vereadora Andréa Silva (Republicanos) foi a primeira a usar a palavra ao trazer o tema da discriminação. “A mulher negra, a mulher preta, sofre ainda mais. Posso dizer isso com propriedade: sei o que é ser discriminada por ser preta. Vamos combater isso com políticas públicas. Eu, junto com a Marília (Martins, PSOL) e a Lindsay (Cardoso, PP), faremos um trabalho voltado para as mulheres”.

Apesar de ser o seu primeiro mandato como vereadora, Andréa conhece bem o funcionamento da Câmara Municipal. Ela atuou durante oito anos como assessora pessoal dos ex-vereadores Cristina Vitorino (2017-2020) e Luiz Amaral (2021-2024), ambos também do Republicanos. Após seu discurso, ela foi recebida com abraço por Marília Martins e, ao final dos trabalhos, conversou com pessoas que trabalhavam no Legislativo e que acompanharam a sessão da plateia.

Educação e Saúde inclusivas

Fransérgio Garcia (PL) afirmou que os setores de Educação e Saúde estão desconectados no atendimento a crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista), TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade) e outros diagnósticos. “Entre essa criança ter esse diagnóstico e conseguir um professor para ela, demora de dois a três anos”.

O liberal completou, falando sobre as dificuldades que os pais têm ao procurar ajuda na Saúde. “Os pediatras marcam para daqui a um mês. Quando é atendida, (a criança) tem que fazer várias sessões para poder receber esse diagnóstico de fonoaudiólogo, de TO (Terapia Ocupacional) e vários outros profissionais. Logicamente, isso tem que haver, mas esse processo todo, muitas vezes, dura anos, e nós sabemos que essas crianças precisam ter intervenções o quanto antes possível”.

Fransérgio também parecia ambientado ao mundo político. Além de participar de rodas de bate-papo com outros vereadores, o empresário elevou a voz durante os discursos, defendendo as causas pelas quais luta.

Cultura para todos

Marília Martins (PSOL), que foi membro do Conselho Municipal de Políticas Públicas, defendeu a necessidade de Franca promover uma conferência da Cultura para que todos os setores tragam suas demandas e os poderes consigam levar projetos aos bairros. “Não tratar a Cultura como um sistema elitizado de eventos”.

“Quando falamos em educação e cultura popular, estamos falando de atuação nas comunidades e na produção cultural, que eleva a economia criativa, aumenta a economia da cidade e traz investimentos. Toda cidade e país sério faz com que a identidade de seu povo seja demonstrada também através de linguagens que também são economicamente rentáveis”, completou.

Marília se apresentou ao colegas de Casa como "uma pessoa muito direto" logo na Tribuna pela manhã. Sem fugir de debates, ela deve acalorar as discussões de projetos em prol da população.

Mais recursos

Leandro Patriota (PL) trouxe a necessidade de o município receber mais recursos provenientes de parlamentares estaduais ou federais. “Quando os deputados estaduais e federais precisaram desses votos, eles vieram aqui à nossa cidade. Vieram buscar o voto de cada um de nós. Nada mais justo do que irmos atrás deles para buscar esses recursos e emendas. Elas não resolverão os problemas, mas somarão aos recursos que há na cidade”.

Em um tom mais político, diferente das críticas e ataques que fez à Câmara Municipal na última legislatura, Leandro se mostrou participativo ao usar a palavra nos dois períodos desta terça-feira — de manhã e à tarde — e se manifestando durante a participação de outros parlamentares.

Outros vereadores

Walker Bombeiro das Libras (PL) foi o único estreante a não discursar na primeira sessão de 2025, mas comentou durante assuntos trazidos por outros parlamentares. Já Marco Garcia (PP), que retorna ao Legislativo para o seu sexto mandato, se manifestou no período da manhã ao defender a aplicação de multas para motociclistas que participam dos “bololos”.

Próxima sessão

De acordo com o presidente da Câmara Municipal, o vereador Daniel Bassi (PSD), a próxima sessão ordinária será realizada na terça-feira, 14, na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Franca.

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