MERCADO DE ARTE

Virou moda gostar de arte, diz Luisa Strina

FolhaPress
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Divulgação
Luisa Strina se constrange com reverências exageradas
Luisa Strina se constrange com reverências exageradas

Todo mundo que importa no universo da arte estava naquela fila. Diretores de museus de dentro e de fora do Brasil, galeristas mais ou menos experientes, artistas valorizados ou nem tanto, curadores atrás de contatos profissionais e colecionadores ávidos por serem vistos onde era obrigatório dar as caras, na abertura da exposição que marca os 50 anos da galeria Luisa Strina. O burburinho era para dar os parabéns à marchande mais influente do Brasil e pedir seu autógrafo no livro, também lançado naquele dia, que rememora a sua trajetória em artigos e fotografias. Strina alavancou carreiras de artistas antes desconhecidos mas hoje incontornáveis, como Cildo Meireles, Leonilson e Fernanda Gomes, ajudou a criar o mercado de arte no País em seu formato atual e fomentou o colecionismo.

Uma brincadeira corrente no meio é a de que se vai até a galeria de Strina, em São Paulo, pedir sua bênção. Mas ela não se sente confortável com o excesso de reverência. "Essa história de diva, eu não fiz nada de mais. Eu trabalhei como os outros trabalharam. Não foi uma coisa heroica, foi muito devagar. As pessoas vêm beijar a mão, mas é patético", afirma. Para se manter na ativa por tantas décadas afirma que "o segredo é bater duro, é trabalhar, não importa as ocasiões". Para ela, virou moda gostar de arte.

Como a primeira galerista brasileira a expor na Art Basel, a maior feira do mundo, na Suíça, em 1992, Strina é creditada como uma embaixadora da arte nacional no exterior. Ela também trouxe para o Brasil mostras de artistas internacionais ?a exemplo de uma do espanhol Antoni Muntadas, com quem trabalha desde os primórdios da galeria? numa época em que ter acesso ao trabalho de estrangeiros era bem menos comum que hoje.

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