As três Unidades de Pronto Atendimento (UPA) cujo pessoal está sob comando da Fundação Estatal Regional de Saúde de Bauru (Fersb) operam com um médico a menos desde ao menos o início desta semana. O desfalque atinge as UPAs Bela Vista, Ipiranga e Geisel.
Em nota, a Prefeitura de Bauru afirma que o desfalque se deve ao fim de um aditivo no contrato entre a administração e a Fersb.
O dispositivo, afirma o governo, "permitia a contratação de mais um médico para o atendimento dos casos de dengue" e que "em razão da queda no número de atendimentos para essa doença não há a necessidade da manutenção de mais um profissional".
O JC apurou que clínicos gerais e pediatras estão entre as baixas pela diminuição no número de profissionais.
A UPA Bela Vista, segundo a administração, agora opera com cinco médicos clínicos gerais e outros cinco pediatras. Antes eles eram em seis para cada categoria - no caso da Bela Vista, ao que o JC apurou, os desligamentos atingiram o período diurno.
A do Geisel, uma das mais movimentadas da cidade, passa agora a ter três clínicos gerais e três pediatras - foram desligados dois profissionais, um de cada categoria, em caráter permanente. Já a UPA Ipiranga possui apenas três clínicos gerais em escala de plantão.
Houve resistência da própria Fersb contra o corte nos profissionais, mas a Secretaria de Saúde, cuja titular é Giulia Puttomatti, manteve a decisão pelos desligamentos.
Enquanto isso, relatos de superlotações e longa fila de espera já acumulam neste período. O vereador Júnior Lokadora (Podemos) afirmou à reportagem que não recebia queixas sobre a UPA Bela Vista havia tempos e que já não pode mais dizer o mesmo - pipocaram reclamações ao gabinete do parlamentar.
O problema preocupa, mas já não é novidade para a vereadora Estela Almagro (PT) - que há pouco mais de uma semana alertou em discurso na tribuna da Câmara para o risco de demissões.
"Já estou sabendo do plano de reduzir um médico nas UPAs", afirmou a petista naquela ocasião.
Nesta quarta, em vídeo publicado nas redes sociais, a vereadora voltou a comentar o assunto. "Filas por atendimentos que contabilizam mais de 5 horas de espera, em meio ao sucateamento dos imóveis, cuja precarização foi instrumentalizada pela chefe do Executivo e sua secretária da Saúde", escreveu.
Segundo a parlamentar, pacientes da UPA Geisel chegaram a acionar a Polícia Militar (PM) em razão do elevado tempo de espera por atendimento - o que, para Estela, indica "caos" na saúde municipal.
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