O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta quarta-feira (4) que manterá o secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, mesmo após uma série de denúncias de casos de abusos de policiais militares paulistas.
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Na chegada à Câmara dos Deputados, em Brasília, para receber uma condecoração por contribuições aos trabalhos legislativos, ele foi questionado sobre a violência da Polícia Militar e se recusou reiteradamente a responder.
Perguntado se substituiria Derrite, ele disse que não. "Olha os números, você vai ver que [ele] está fazendo um bom trabalho", disse.
Questionado sobre quais números seriam esses, afirmou que eram as "estatísticas criminais", e se recusou a dar mais explicações.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, policiais militares veem que a gestão Derrite ampliou a sensação de impunidade dentro da força e prejudicou a disciplina.
Questionado sobre o caso do homem que foi jogado de cima de uma ponte por um policial militar, durante uma abordagem, o governador disse que a PM "não matou" o cidadão.
"A pessoa saiu com ferimentos leves, o que aconteceu foi muito ruim, vamos tomar providências", completou.
O episódio, que aconteceu nesta segunda (2), foi gravado e as imagens causaram revolta em relação a conduta do policial.
Agarrado aos números
Como revelou o Painel, Derrite tem se agarrado a indicadores de segurança de sua gestão para tentar contornar a crise. O argumento principal é que a gestão linha-dura na segurança tem dado resultados.
No dia 30 de novembro, a secretaria divulgou dados que mostram que o estado registrou em dez meses o menor número de homicídios dolosos da história. Foram 2.065 no período, redução de 2,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Em outubro, houve 205 registros de homicídios no estado, a segunda menor marca desde 2001, início da série histórica.
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