EM FRANCA

Setor calçadista mantém protagonismo na geração de empregos

Por Pedro Baccelli | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Sampi/Franca
GCN/Arquivo
A indústria calçadista emprega 16.780 pessoas, quase 60% do setor industrial. O Comércio também se destaca em vestuário e alimentos
A indústria calçadista emprega 16.780 pessoas, quase 60% do setor industrial. O Comércio também se destaca em vestuário e alimentos

Apesar da crise econômica e da concorrência dos produtos chineses, dados divulgados na última semana pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento mostram que o calçado é protagonista em Franca – ainda que tenha perdido espaço para outros setores.

A cidade conta com 56.341 empresas ativas, sendo 1.074 abertas em 2024. O setor calçadista tem 3.271 CNPJs (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) ligados ao comércio de calçados. Além disso, há 1.396 empresas voltadas à fabricação de sapatos em couro e outras 1.219 dedicadas ao acabamento desses produtos. Veja abaixo:

  • Compras e varejo de vestuário: 4.889
  • Compras e varejo de calçados: 3.271
  • Cabeleireiros e afins: 1.897
  • Promoção de vendas: 1.849
  • Fabricação de calçados em couro: 1.396
  • Acabamento de calçados em couro: 1.219
  • Obras de alvenaria: 1.137
  • Preparação de documentos e serviços especializados: 995
  • Lanchonetes: 829
  • Atividades estéticas: 824
  • Transporte rodoviário: 777
  • Instalações e manutenções elétricas: 753
  • Compras e varejo mercadorias: 694
  • Serviços domésticos: 672
  • Restaurantes: 658

Entretanto, o protagonismo poderia ser ainda maior. O setor lida com a "concorrência desleal" dos produtos da Ásia. A Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados) prevê que o Brasil encerrará 2024 com queda de 20% nas exportações de calçados, enquanto as importações crescerão mais de 20%.

"São produtos que chegam ao mercado brasileiro com preços abaixo dos praticados no mercado e que concorrem de forma predatória com a nossa indústria", disse o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira.

O dirigente completou que o setor precisa adotar mecanismos antidumping, prática de vender produtos ou serviços a preços baixos em mercados externos, inferiores aos preços internos ou ao custo de produção. “Hoje, a produção chinesa está migrando para países próximos com custos ainda menores de mão de obra, que seguem praticando dumping”.

Emprego

O diretor da ExpoEcomm, William Israel, afirma que o setor foi um "grande motor" para o e-commerce em Franca. "Muitas fábricas, diante de crises e da concorrência dos produtos chineses, precisaram se reinventar. Muitas migraram do modelo B2B, em que vendiam para lojistas, para o B2C, vendendo diretamente ao consumidor final. Essa transição trouxe um novo fôlego ao setor e ajudou a consolidar um ecossistema digital na cidade".

Oportunidades que geram empregos. Há 102.137 trabalhadores com carteira assinada, distribuídos entre os setores de Serviços (41.636), Comércio (28.125), Indústria (27.972), Construção Civil (3.400) e Agropecuária (1.005).

Na composição, 59,98% dos postos de trabalho na Indústria são ocupados por funcionários de fábricas de calçados (16.780). Já no Comércio, a área de “vestuário, calçados e acessórios” emprega 3.576 pessoas (12,71%).

Indústria

  • Calçados: 16.780
  • Alimentos: 2.169
  • Produtos de borracha e plástico: 1.610
  • Produtos químicos e cosméticos: 1.169
  • Confecção e vestuário: 1.119

Comércio

  • Vestuário, calçados e acessórios: 3.576 
  • Comércio de alimentos: 4.106
  • Materiais de construção: 2.757
  • Comércio de produtos em geral: 2.532
  • Produtos cosméticos: 1.858
  • Equipamentos de informática e comunicação: 1.509

Dificuldades à parte, o produto oriundo do couro segue permitindo que a cidade faça jus ao apelido de "Capital do Calçado".

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Comentários

3 Comentários

  • ADILSON 02/12/2024
    Quem da geração nova , vai querer ser escravo moderno , desses patrões , FRANCA mudou , a população mudou , mas donos de fabricas de calçados em Franca , acha que eles podem pagar essa merrecas , esta ai não tem mão de obra qualificada... por muitos anos os trabalhadores tiveram que lutar para ter misero aumentos , fazendo greve .... hoje poucos querem isso para suas vida
  • Tião Pessimista 01/12/2024
    Faz uns 50 anos que a indústria calçadista usa o mesmo choro, sempre tem algum malvado concorrente atrapalhando o setor. Mas que é de dentro do meio sabe perfeitamente o quão despreparados são nossos empresários que na imensa maioria herdaram as suas fábricas e fazem uma gestão baseada nos anos 80, com carga horária altíssima,péssimas condições de trabalho, péssima remuneração, zero benefícios... Não investem em tecnologia, em máquinas, em otimizações e ficam reclamando da China! Chega a dar vergonha! Mas as mansões em Condomínios de luxo e na Rifaina estão a todo vapor!
  • Augusto 01/12/2024
    Concorrência desleal da China, eo nosso Presidente Lula se aproximando ainda mais dos chineses!! Um absurdo !!