TRISTEZA

À espera de UTI, Diego morreu após ataque cardíaco na Unimed

Por Leandro Vaz | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 4 min
Da redação
Reprodução
Bruna revelou momentos finais de Diego
Bruna revelou momentos finais de Diego

Em uma live comovente e que movimentou amigos e familiares, a esposa do influenciador Diego Friggi, 35 anos, que morreu após sofreu de embolia pulmonar no pronto atendimento da Unimed, de São José dos Campos, detalhou como foram as últimas horas do rapaz em vida. “Ele foi diversas vezes ao pronto atendimento e voltou para casa. Por uns bons dias ele não se levantava da cama, sentindo dores, ele não almoçava porque que sentia muita dor. Ele voltou umas três quatro vezes. Os médicos passavam antibiótico e ele voltava para casa”, disse Bruna Martins.

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Bruma relatou que na sexta-feira (8), Diego não estava conseguindo respirar e foi para o pronto socorro de novo. De lá, ele só saiu morto, no domingo (10). “Quando saiu o resultado do exame, eles não quiseram deixar o Diego sair mais. O Diego ficou lá. Por mensagem, antes de eu conseguir entrar, ele disse que tinha dado alguma alteração e falaram que ia ficar internado. Mas ali já começou o assunto que ele não podia ficar internado porque tinha uma carência para internação”, revelou Bruna.

Dentro do pronto atendimento, entre idas e vinhas, Bruna narrou que tentou de todas as formas a internação marido. “Quando chegou 4 da manhã uma enfermeira disse que ele estava com embolia pulmonar e que ele precisava de uma UTI. Ele ficou assustado. Na hora eu fui à recepção. Eles falaram que o convênio não ia cobrir. Eu disse que então podia ser no particular”, disse ela.

Bruna relatou na live que os médicos diziam que Diego, apesar de estar com embolia e precisar de uma UTI, estava estável. “Mesmo assim, eles disseram que já tinha feito o pedido, mas que demorava um pouco. Eu pedi pelo amor de Deus. Eu fiz de tudo, eu falei com um milhão de pessoas”, revelou.

Com a posição dos médicos que não havia agravantes, Bruna decidiu no domingo (10) ir para casa. “Meus sogros foram para o hospital. Eles iam ficar com o Diego. E vou contar uma coisa que não falamos para ninguém".

A esposa diz que percebeu que havia acontecido alguma coisa séria com o influenciar quando ele parou de responder as mensagens pelo celular. “Quando ele deixou de responder, ele foi beber água, foi no banheiro e teve um ataque cardíaco. Meus sogros foram ajudar ele, levar ele para cama, mas ele não resistiu”, disse aos prantos.

“Sabe o que mais me dói? É que depois que ele faleceu, surgiu a tal vaga que ele precisava. Depois que ele tinha falecido”, disse Bruna. “Nunca houve o pedido da Unimed, nem por e-mail e nem pelo Cross”, relata ela,

“Eu perdi o meu marido, o filho perdeu um pai por negligência e por dinheiro. Os médicos diziam que não tinha nenhum agravante. No domingo ele já não estava mais aqui”, disse.

Bruna afirmou que deve organizar uma manifestação com a ajuda de amigos e familiares para não deixar a morte de Diego cair no esquecimento e cobrar justiça.

Por meio de nota, a Prefeitura de São José dos Campos lamentou a morte do influencer Diego Frigi e afirmou que o hospital particular era responsável pelo atendimento. Diego estava há dois dias no Pronto Atendimento da Unimed à espera de uma vaga na UTI. Veja a íntegra da nota:

"A Prefeitura de São José dos Campos lamenta a morte do paciente Diego Friggi e se solidariza com a família neste momento de dor. É importante esclarecer: o paciente tinha convênio médico particular e estava internado no Hospital Unimed, que deveria ser responsável por todo o seu tratamento.
De acordo com a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), a Lei 9.655/98, em seu artigo 35-C da Lei dos Planos de Saúde, "prevê a obrigatoriedade da cobertura do atendimento nos casos de emergência, que implicarem em risco imediato de vida ou de lesões irreparáveis para o paciente, caracterizado em declaração médica", mesmo no período de carência, independentemente da vaga SUS existente ou não. Ou seja, independente do plano do paciente ter carência ou não, o hospital particular tinha a responsabilidade de cuidar da vida do paciente".

À reportagem de OVALE, a esposa de Diego afirma que houve negligência da Unimed e a família cobrou publicamente a prefeitura por uma vaga de UTI em alguma unidade hospitalar da cidade.

Nota da Unimed.
“A Unimed São José dos Campos informa que o paciente Sr. D.G.F recebeu toda a assistência médica e hospitalar necessária, com aplicação de protocolos de atendimento adequados pela equipe médica e multiprofissional.

Esclarecemos, ainda, que a busca por vaga para transferência ao Sistema Único de Saúde (SUS) foi realizada devido a questões administrativas, sem causar qualquer prejuízo ao atendimento prestado ao paciente.

Reafirmamos nosso compromisso com a segurança e qualidade dos serviços oferecidos aos nossos clientes, cumprindo rigorosamente todos os critérios regulatórios previstos pela legislação, especialmente no que se refere aos atendimentos de urgência e emergência.
Nos solidarizamos com a família do paciente e permanecemos à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais, sempre respeitando a privacidade dos dados pessoais."

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