Uma mãe de 29 anos procurou a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Franca para registrar um boletim de ocorrência após seu filho de quatro anos retornar da EMEI Profª Maria de Lourdes Lima Pelizaro, no Jardim Aeroporto, com uma marca no rosto, causada por uma suposta chinelada da professora.
O registro foi feito na Polícia Civil nesta quinta-feira, 31, embora o incidente tenha ocorrido na quarta-feira, 30.
Gabriela Cristina Barbosa Vieira, mãe da criança, relatou que percebeu o ferimento enquanto dava banho no filho. Ao questioná-lo, o menino contou que a professora teria batido com o chinelo e o deixado no canto da sala chorando, ameaçando bater novamente se ele continuasse a chorar.
"Ele falou que o chinelo era grande e tinha bolinhas embaixo, então fui perguntando mais coisas. Ele me contou que ela o deixou no cantinho, o tempo todo na sala, sem deixá-lo ir ao refeitório ou participar do parquinho. Quando perguntei se ele tinha comido, ele disse: ‘comi, mamãe, ela me deu pra comer no chão’", relatou Gabriela.
A mãe voltou à escola, mas, como já estava fechada, retornou na quinta-feira para conversar com a coordenadora e a diretora. A Polícia Militar foi acionada, e a criança relatou o ocorrido para os policiais, confirmando que a professora teria dado a chinelada.
"Eu quero justiça", desabafa a mãe. "Não é a primeira vez que houve essa reclamação; já relatamos que a professora bateu nele outras vezes, mas nunca ficou uma marca. Dessa vez, Deus fez ele vir com a marca para que eu pudesse ver o que ela estava fazendo com meu filho na escola."
A mãe informou que o filho passou por exame de corpo de delito e aguarda um posicionamento da Secretaria de Educação Municipal, pois, segundo ela, não recebeu suporte da diretoria da escola.
"Ele contou a mesma coisa para a psicóloga; ele não muda o que fala. Ele diz sempre a mesma coisa, então não é mentira. Ele está com a marca no rosto. Perguntei se foi um amigo, mas ele diz que foi a professora e não é a primeira vez. Ele já mencionou várias outras vezes que ela batia nele", afirma Gabriela.
A criança não retornou à escola desde o ocorrido na quarta-feira. A mãe informou que ele está traumatizado.
Secretaria de Educação responde
"A Secretaria de Educação comunica que a supervisora de ensino compareceu à escola para apurar a denúncia recebida e buscar informações sobre o fato para que as medidas necessárias sejam tomadas. A criança foi transferida de unidade escolar, conforme solicitado pela responsável e será acompanhada pela escuta especializada, através de atendimento individualizado e com o psicólogo responsável pela unidade escolar. Não há registros de situações anteriores envolvendo à professora.
A Secretaria de Educação informa também que a denúncia está sendo encaminhada para a Controladoria Geral do Município para abertura de processo, visando a apuração de responsabilidades e fatos."
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Comentários
4 Comentários
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Fabiana Pereira 04/11/2024E a continuação desta reportagem? O que foi apurado do outro lado? Qual a outra versão desta situação? Pois esta criança (por se tratar de uma escola de tempo integral) pode estar com marcas no rosto, por conta do colchonete na hora do soninho. Se a Secretaria da Educação não divulga nenhuma nota, melhor não publicar reportagens que demonstram apenas um lado da história. Seja ela qual for.
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Darsio 02/11/2024Vejo que a reportagem falha ao não ouvir o outro lado. Do modo como fez, induz as pessoas a um linchamento verbal da professora, sem que os fatos sejam profundamente esclarecidos. Isso só contribui para a violência contra professores, algo que já está se tornando rotineiro e naturalizado em nossa sociedade.
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Redação Sampi 04/11/2024Nota da Redação: os repórteres do GCN sempre tentam ouvir todos os lados. Infelizmente, especialmente na área de Educação, conseguir a versão de professores ou funcionários é missão impossível.
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Amanda Fernanda 02/11/2024Não defendo de forma alguma o que aconteceu com a criança, co tenha sido realmente a professora ou algum outro funcionário....Mas quantas noticias de aluno, ou pai que agride o professor você vê noticiada? Nenhuma! E isso acontece todos os dias em nossas escolas, mas não trz \"comoção\" na mesma proporção....quando um aluno ou responsável agride um professor, ninguém se revolta, ninguém protesta, ninguém fica indignado, ninguém vem pra internet \"militar\"....tempos sombrios....
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Rose 02/11/2024Conselho Tutelar que fique atento , caso ela tenha filhos .