GRANDE SÃO PAULO

Com apoio tardio de Bolsonaro, Lucas Sanches vence em Guarulhos

Por Maria Paula Giacomelli | da Folhapress
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução
Lucas Sanches
Lucas Sanches

Lucas Sanches (PL) venceu as eleições municipais para prefeito de Guarulhos, na Grande São Paulo, neste domingo (27), em sua primeira tentativa concorrendo ao cargo, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Ele disputou o comando da prefeitura com Elói Pietá (Solidariedade), ex-PT e antigo prefeito por duas vezes no município. O vice na chapa de Sanches é Thiago Surfista (Novo).

Com 90,99% das seções apuradas, Sanches tem 58,57% dos votos válidos e já não pode ser alcançado por Pietá, que tem 41,43%.

Sanches já tinha ficado à frente no primeiro turno, quando angariou 33,25% dos votos, contra 29,81% de Pietá.

O Datafolha havia projetado a vitória de Daniel às 18h22, quando 37% das urnas estavam apuradas. Para projetar a vitória de um candidato, o Datafolha acompanha a apuração divulgada pelo TSE e, por meio de um sistema próprio, calcula o resultado considerando o peso que cada zona eleitoral tem em relação ao total de eleitores da cidade.

Sanches, 28, é vereador na cidade desde 2020 e recebeu o apoio do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apenas na reta final da campanha.

No primeiro turno, Bolsonaro e Tarcísio, assim como o atual prefeito da cidade, Guti (PSD), apoiaram o candidato Jorge Wilson (Republicanos). A aliança não surtiu efeito, e Wilson ficou em terceiro lugar, com 20,12% dos votos.

A demora para o apoio de Bolsonaro se justificava, segundo Sanches, pela incompatibilidade de agendas. "Ele está em Brasília e a gente está em Guarulhos. A gente precisa ver muito a questão das agendas."

Em entrevista à Folha de S.Paulo, há dez dias do segundo turno, Sanches não se definiu como bolsonarista ou conservador, mesmo estando no partido cujo representante mais conhecido é o ex-presidente. "Sou de direita. Temos lutas em comum contra o PT."

Ao longo da campanha, pesou contra ele uma acusação de violência política por parte de dois ex-funcionários que trabalhavam em seu gabinete. O caso é investigado pela polícia. O prefeito eleito disse ser "contra qualquer tipo de violência" e que é "alvo de mentiras e distorções".

Pietá, seu oponente na disputa, comparou Sanches ao coach e ex-candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal. "Ele é uma espécie de Pablito Marçal. Ele é de extrema-direita, uma pessoa com métodos de fake news e de tudo aquilo que se faz nas mídias sociais sem qualquer amor à verdade."

Em sabatina realizada pela Folha/UOL em agosto, Sanches falou que não teria problema em trabalhar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Ninguém faz nada sozinho. As pessoas têm prioridades, quem está na ponta não quer saber de ideologia, então a gente precisa dialogar com quem for."

Entre as propostas do plano de governo do novo prefeito estão a abertura de escolas aos finais de semana para a prática de atividades educacionais e esportivas e a tarifa zero nos ônibus municipais aos domingos.

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