Uma obra de arte construtiva. E um milagre.
A construção do maior empreendimento imobiliário do país, a Cidade Matarazzo, em São Paulo, tornou-se um dos maiores desafios da Sergio Porto Engenharia, empresa fundada e sediada em São José dos Campos há 46 anos.
O complexo ocupa terreno de quase 28 mil metros quadrados nas proximidades da Avenida Paulista. São 10 edifícios tombados pelo patrimônio histórico e frutos da determinação do imigrante italiano e industrial Francesco Antonio Maria Matarazzo (1854-1937). Ali foram construídos um hospital, uma maternidade e a Capela Santa Luzia, entre 1904 e 1943.
Consórcio.
Em consórcio com a RFM Incorporações, a Sergio Porto Engenharia construiu parte do novo complexo, erguendo um hotel com unidades habitacionais e criando um estacionamento no subsolo da capela, sem perder as características arquitetônicas e históricas do lugar, ícone da capital paulista.
O trabalho rendeu às empresas o mais famoso prêmio do segmento no país, o Master Imobiliário, com o troféu ‘Soluções Tecnológicas’ pela inovação e excelência técnica aplicadas ao empreendimento.
Os oito andares no subsolo da capela abrigam um estacionamento de 6.000 vagas, cozinhas, espaço para eventos e cinema. Eles foram construídos pela Sergio Porto Engenharia debaixo da Capela Santa Luzia, sem causar nenhum dano ao templo religioso, utilizando uma técnica “quase milagrosa” para preservar a construção de 102 anos.
“Não tem uma trinca, uma fissura, nenhum problema estrutural, o que é um milagre”, diz o engenheiro e empresário Sérgio Porto.
Inovação.
O construtor e sua equipe fizeram com que a capela “levitasse”, ficando suspensa no ar amparada por estacas e viga, para que pudessem escavar 30 metros subsolo adentro sem tirar a igreja do lugar e nem causar danos estruturais ao imóvel. Um verdadeiro “milagre” de engenharia.
“Para escavarmos debaixo da capela, nós a seguramos no ar por meio de estacas e uma viga, que sustentou a capela enquanto escavávamos no subterrâneo, que é um lugar enorme. Tudo feito debaixo da terra e sem causar danos à capela, que hoje é o lugar mais famoso para se casar em São Paulo”, conta Sérgio Porto.
“A complexa operação e os muitos desafios técnicos foram superados com um conjunto inédito de soluções tecnológicas que contribuíram sobremaneira para o sucesso do projeto”, diz a justificativa do júri do Master Imobiliário, que premiou o trabalho.
A maternidade existente no complexo recebeu tratamento semelhante ao da capela e foi transformada num hotel. Além disso, foi construída a Torre Mata Atlântica, com 25 andares e 122 suítes hoteleiras, e mais 150 residências.
A obra contou com o talento dos franceses Jean Nouvel, arquiteto reconhecido por sua diversidade criativa e sensibilidade urbanística, e Phillipe Stark, designer conhecido mundialmente pelo seu estilo leve e contemporâneo, tanto pela forma, quanto pelos materiais que emprega em suas criações.
“É uma obra de arte. Cada varanda é diferente da outra. Não tem duas iguais. Cada andar do hotel tem um artista plástico que fez um trabalho nos corredores. No subsolo, há uma imagem tribalista de uma cobra dando volta no subsolo inteiro. Então, realmente é uma obra com conteúdo cultural e artístico impressionantes”, explica Sérgio Porto.
Segundo ele, este foi o maior desafio da Sergio Porto Engenharia. “Nós fizemos muitas coisas importantes, mas essa foi muito complicada”.
Complexo.
A história do complexo remonta a 2003, quando suas instalações foram desativadas. A área ficou abandonada até ser comprada, em 2007, pelo empresário francês Alexandre Allard, que colocou em prática a transformação do local por meio do consórcio RFM e Sergio Porto Engenharia.
A empresa de São José envolveu-se no projeto em 2014 e começou a obra em 2017, terminando em 2023. Ao longo do caminho, muitas das soluções em engenharia surgiram a partir de descobertas da equipe de Sérgio Porto.
“Muitas das coisas que eles fizeram era em função das coisas que a gente levantava na obra. Esse prédio foi feito em 1910 e não tinha planta e nem nada. Então, a gente fazia a prospecção e descobria as coisas, e passava para os calculistas. Foi um trabalho de quatro mãos”, conta o empresário.
Além da maternidade transformada em hotel e da torre de quartos e moradias, feitos pela empresa joseense, o complexo conta com obras de outras construtoras, como um shopping, que está na fase final de construção, e o Espaço Bradesco, inaugurado recentemente.
O prêmio pela participação na obra ícone da paisagem paulistana é o segundo de Sérgio Porto, que recebeu um Master Imobiliário em 2009, pelo projeto da Villa Branca, um bairro totalmente planejado em Jacareí.
Aos 74 anos, o engenheiro civil formado em 1972 e que atua no setor desde 1968, orgulha-se de colecionar empreendimentos que marcam a história da construção brasileira. E Sérgio Porto não para: mais projetos ousados e surpreendentes estão por vir. “Muita perseverança e muito trabalho”, diz ele.
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