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Juiz proíbe João Rocha de comparar pesquisas e manda tirar vídeo

da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
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Propaganda de João Rocha (PL), proibida pela Justiça
Propaganda de João Rocha (PL), proibida pela Justiça

O juiz da 291ª Zona Eleitoral de Franca acolheu o pedido do prefeito e candidato à reeleição Alexandre Ferreira (MDB) e determinou a retirada imediata de uma propaganda eleitoral divulgada por seu adversário na disputa, João Rocha (PL).

A decisão judicial foi tomada após João Rocha veicular informações distorcidas sobre seu desempenho em pesquisas eleitorais. Segundo a denúncia, a propaganda de João Rocha afirmava que ele teria crescido 300% nas últimas três pesquisas, mas somente duas dessas pesquisas estavam devidamente registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De acordo com o juiz Humberto Rocha, a propaganda de João Rocha utilizava dados de uma pesquisa não registrada no TSE e feita em 2023, contrariando a legislação eleitoral. A decisão determina que João Rocha retire tanto a propaganda veiculada na televisão quanto as postagens feitas em seu perfil no Instagram, que também mencionavam a pesquisa não oficial. Além disso, João Rocha está proibido de divulgar informações semelhantes nas próximas inserções eleitorais.

MP aponta risco de indução do eleitor a erro

O Ministério Público Eleitoral, por meio do promotor Paulo Borges, reforçou a necessidade de lisura nos dados apresentados como pesquisas eleitorais. No parecer, o MP destacou que o uso de dados não oficiais ou descontextualizados pode induzir os eleitores ao erro, comprometendo a integridade do pleito. A manifestação do MP foi decisiva para o deferimento da liminar.

Comparação distorcida

Em suas propagandas eleitorais, João Rocha usou dados de três levantamentos do Instituto Ágili, contratados pelo GCN, mas de momentos muito distintos e com cenários completamente diferentes entre si, o que impede a comparação como feita pelo candidato do PL.

As primeiras duas pesquisas foram realizadas antes do período eleitoral. A primeira, ainda em maio de 2023, elencou 8 eventuais candidatos que eram cogitados na época, mas 6 deles não se confirmaram na disputa para a prefeitura de Franca, como Flávia Lancha, Rafael Bruxelas ou André Pedroso.

Depois, em junho de 2024, foi realizada outra pesquisa ainda com nomes eventuais, já que as convenções partidárias - que confirmam os nomes dos candidatos -, ainda não tinham sido realizadas. Na época, Marcos Ferreira ainda seria o candidato do PSB, o que não se confirmou com a entrada de Dr. Ubiali. Além dele, a pesquisa ainda incluiu o nome de Antônio Carlos Ribeiro (PDT), que também acabou desistindo da disputa.

Como as pesquisas tinham cenários muito distintos do que acabou se confirmando após as convenções, não é possível fazer um comparativo entre elas. A legislação permite comparações apenas entre pesquisas realizadas pelo mesmo instituto com cenários idênticos.

Na última pesquisa realizada pelo instituto Ágili, em setembro de 2024, registrada no TSE e com os candidatos oficializados na disputa, Alexandre Ferreira (MDB) aparece com 36,9%, João Rocha (PL) com 26,3%, Dr. Ubiali (PSB) com 11%, Guilherme Cortez (PSOL) com 5,3%, Mariana Negri (PT) com 4,3%, Alexandre Tabah (Novo) foi citado por 0,6% dos eleitores, Tito (PCB), 0,3% e João Scarpanti (PCO), 0,1%. Jonas Carvalho (Mobiliza) não pontuou.

Impacto da decisão

A Justiça entendeu que a manutenção das informações poderia causar danos irreparáveis à campanha de Alexandre Ferreira, uma vez que a propaganda irregular poderia influenciar a decisão dos eleitores. Dados de pesquisa eleitoral, mesmo quando irregulares, têm o poder de direcionar votos, segundo a argumentação do MP e da defesa de Ferreira.

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Comentários

3 Comentários

  • Valeska 4 dias atrás
    Excelentíssimo Juiz ,por favor proíba também, esse senhor de ficar falando em sua campanha eleitoral que é professor essa classe tão massacrada não merece ser citada por um cidadão que tem como parceiros ,a Jair Bolsonaro Valdemar da Coeta Neto acusados por um rosario de crimese uma pen de deputados que já votaram contra professores em pautas referentes a esses profissionais
  • Darsio 4 dias atrás
    Bolsonaristas são assim mesmo, ou seja, vivem a buscar a autopromoção por meio de fake news criadas por eles mesmos. Sorte deles que existem trouxas que acreditam nessas mentiras.
  • Geraldo Gomes 4 dias atrás
    Esse cara é um bizonharista que trouxe pra campanha dele o golpista inelegível, será que ele gosta de fake news?.