Só quem vive na pele o que Camila Alves e Wesley Pires Alves enfrentam pode entender a dor e o desespero de receber pista atrás de pista que não leva a lugar algum sobre o paradeiro de seu filho, desaparecido há quase quatro anos. Já são 1.404 dias sem um abraço, sem risos, sem um cheiro e sem o conforto de ter "Weslinho", como era tratado em família, por perto.
Nesta segunda-feira, 1º de julho, uma nova denúncia trouxe uma mistura de sentimentos para os pais que vivem esse drama diário. E mesmo que a denúncia sugerisse que o filho pudesse estar morto, Camila e Wesley foram até o local indicado pela denunciante, agarrando-se à esperança de uma pista do seu paradeiro.
“Fiquei em choque. Mais uma denúncia depois de tantas. Eu fiquei muito nervosa, mas mantive a calma até ter uma resposta. Eu não posso sair atacando ninguém sem ter uma certeza. Seria injusto se fizessem isso com meu filho, mas ao mesmo tempo, eu seria injusto de acusar alguém sem provas”.
Essas foram as palavras de Camila, mãe de Wesley, ao plantão de notícias da rádio Difusora, comandado por Cíntia Flávia. Segundo ela, após muitas pistas falsas, ela e o marido não perderam a fé de encontrar o filho, mas estão de certa forma calejados.
“Eu tenho esperança que alguém o veja, o reconheça. Eu nunca acreditei na hipótese que ele saiu de livre espontânea vontade. Estou aqui [no local das buscas] e parece que meu filho desapareceu há duas horas. Eu quero abraçá-lo e acreditar que nada disso foi verdade, [são quatro anos] mas o desespero e angústia não muda. Eu não tenho uma pista. Desde aquele dia, nada mudou”, continuou Camila.
Camila afirma que não conhece a auxiliar de cozinha que realizou a denúncia na DIG e que se assustou com a riqueza de detalhes contada aos investigadores. “Eu morava no Aeroporto fazia pouco tempo, não conhecia os vizinhos. Não conhecia ninguém. Eu nunca imaginei que estaria nessa situação de hoje”.
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Quando houve as primeiras denúncias dos abusos e que Wesley teria sido morto pelo ex-marido da auxiliar de cozinha, um investigador conversou com Camila.
“Eles sempre me passaram os pés das investigações. Quando a mulher foi ouvida, eles me falaram. Ela afirma que é verdade [que Wesley foi estuprado e morto], mas eu, como mãe, que quero desvendar o caso do meu filho, eu só vou acreditar se achar o corpo ou a pessoa confessar o crime”, desabafou Camila.
A mãe de Wesley também afirma que gostaria de conversar com a auxiliar de cozinha e com o acusado do crime. “Eu gostaria [de ficar frente a frente com a denunciante e o acusado]. Pensei em ir no GCN para ver a mulher, mas achei que seria inconveniente. Eu não tinha sido chamada. Mas gostaria de conversar com eles”, finalizou Camila.
Ainda segundo Camila, ela, o marido e as filhas vivem a dor diária, mas tentam retomar uma certa normalidade, de um jeito ou de outro, com a vida da família.
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