RECONHECIMENTO

Poeta mineira Adélia Prado vence o prêmio Camões

Por Walter Porto | da Folhapress
| Tempo de leitura: 2 min
Ministério da Cultura de Portugal
Adélia Prado anunciou recentemente sua volta à literatura depois de mais de uma década do que classificou como um 'deserto criativo'
Adélia Prado anunciou recentemente sua volta à literatura depois de mais de uma década do que classificou como um 'deserto criativo'

A poeta mineira Adélia Prado acaba Adélia Prado de ser anunciada como a vencedora do prêmio Camões, o mais importante reconhecimento da literatura em língua portuguesa. A distinção vem uma semana depois de ela ganhar o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, que também seleciona autores pelo conjunto da obra.

A escritora de 88 anos anunciou recentemente sua volta à literatura depois de mais de uma década do que classificou como um "deserto criativo", com uma nova coletânea, "Jardim das Oliveiras", pela Record.

A escolha rompe uma tradição do Camões: o prêmio costuma alternar entre escritores brasileiros, portugueses e de países africanos lusófonos. Dessa vez, a escolha da mineira vem apenas dois anos depois da seleção de outro mineiro, o crítico literário Silviano Santiago.

No ano passado, o ganhador foi o português João Barrento, um nome menos conhecido e mal editado no Brasil. Antes de Santiago, a vencedora havia sido a moçambicana Paulina Chiziane, primeira africana negra distinguida com o Camões --o esperado é que esse ano outro nome do continente fosse premiado.

Em vez disso, a selecionada foi uma das escritoras mais aclamadas do Brasil, marcada por uma poesia que mescla o teor religioso do catolicismo que marcou toda a sua vida e uma refrescante liberdade para falar de temas de sua intimidade.

Desde sua estreia com o elogiado "Bagagem", de 1976. a autora se lançou como nome incontornável da poesia brasileira. Venceu o prêmio Jabuti com sua obra seguinte, "O Coração Disparado", publicada dois anos depois, e seguiu cativando leitores até a coletânea "Miserere", de 2013. Desde então, sua obra ficou em silêncio.

"Fui resgatada pela própria poesia", contou a escritora, no ano passado, à coluna Painel das Letras. "Encontrei, em gavetas, poemas escritos na tenra juventude e, para minha surpresa, eles estavam em sintonia com minha experiência atual e desencadearam a ideia desse livro."

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