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PROCESSO
Mato cresce no Nhô Chico enquanto segue entrave sobre dívidas da Francana na Justiça
Processos movidos por ex-jogadores contra o clube totalizam R$ 812 mil.
Por Pedro Baccelli | 06/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min
da Redação
Sampi/Franca
Pedro Baccelli/GCN
As bilheterias estão fechadas com tapumes. Sem ingressos para vender, o portão está trancado com o cadeado. Sem público para assistir, não há times para entrar em campo. Sem jogos, onde era grama virou mato. Berço do futebol da feiticeira, o estádio “Coronel Francisco de Andrade Junqueira”, o “Nhô Chico”, segue “abandonado”.
O termo pode parecer exagerado, mas é a sensação de quem passa pela região. O mato cresceu e estacas foram fincadas no meio do campo. Cenário inimaginável há um século. Localizado na rua Simão Caleiro, 1410, no Centro de Franca, o Nhô Chico foi inaugurado oficialmente em 1922, e foi a casa da Associação Atlética Francana até a construção do estádio “José Lancha Filho”, o “Lanchão”, em 1969.
O centenário estádio é alvo de briga na Justiça. Em dezembro de 2023, a Câmara Municipal de Franca aprovou o projeto de lei que autorizou o município a receber o Nhô Chico como pagamento de tributos atrasados da Francana. O acordo quitaria as dívidas – que superam R$ 5 milhões – do clube com a Prefeitura. O espaço seria usado pelo Executivo para a construção de amplo centro comercial.
A transação ainda não foi concluída. Em matéria publicada pelo Portal GCN/Rede Sampi no dia 26 de janeiro, ex-jogadores da Veterana entraram na Justiça para barrar o acordo. Isso porque os credores arremataram lotes da propriedade ao longo dos processos trabalhistas que tramitam. São 14 ações movidas contra o clube, que totalizavam R$ 812.075,05 até o dia 22 de fevereiro.
O advogado do ex-atacante Piter, artilheiro da Francana na Série A3 de 2012, com nove gols, acredita que, mesmo com o acordo aprovado através de lei municipal, o caso poderá sofrer uma reviravolta. “É possível (a anulação do acordo), através de ação do Ministério Público do Trabalho, em defesa dos interesses coletivos dos trabalhadores; ou através ação de inconstitucionalidade do Ministério Público Estadual, após representação de um dos exequentes prejudicados; ou através de ação anulatória da Lei por parte de um dos exequentes perante a Vara da Fazenda Pública de Franca”.
Uma audiência de negociação com os ex-funcionários será realizada no dia 17 de abril para tentar chegar a um acordo sobre os débitos em aberto. “Estamos aguardando o parecer do primeiro cartório de imóveis para dar andamento na homologação dos acordos, tanto na Justiça do trabalho, quanto na Justiça estadual”, pontua o presidente da Francana, Rafael Diniz.
Já a Prefeitura de Franca, através da Procuradoria Geral do Município, se limitou a dizer aguarda análise do juiz do processo sobre os documentos da transação junto ao clube.
Enquanto burocraticamente a situação não é resolvida, o Nhô Chico segue sendo posse da Francana, mas dificilmente a bola voltará a rola no estádio centenário.
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