CONFESSOU

Mulher se apresenta na delegacia em Araçatuba e confessa ter matado irmão

Por Priscilla Andrade | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Priscilla Andrade/Folha da Região
Regiane Araújo, 36, se apresenta espontaneamente à polícia. Ela assumiu a autoria do crime
Regiane Araújo, 36, se apresenta espontaneamente à polícia. Ela assumiu a autoria do crime

Regiane Araújo, 36 anos, se apresentou à Polícia Civil e confessou ter matado o próprio irmão, Bruno Augusto Marques de Araújo, 31 anos. O homicídio ocorreu na quarta-feira, 22, na rua Tibiriçá. Regiane foi reconhecida por familiares em imagens obtidas pela polícia, e se tornou a principal suspeita de ter cometido o crime.

A reportagem da Folha da Região acompanhou a chegada da mulher à delegacia, por volta das 9h desta quarta-feira, 29. Acompanhada pelo advogado Flávio Batistella, Regiane chegou abatida e preferiu não falar com a imprensa. Batistella disse que a cliente já estava aguardando para se apresentar desde sexta-feira, 24, mas por questões de agenda da polícia, a apresentação precisou ser adiada.

O advogado contou que Regiane deve manter a confissão e sustenta que a motivação de ter matado o irmão seriam as investidas sexuais que a filha dela, de 11 anos, vinha sofrendo há algum tempo.

De acordo com informações apuradas pela reportagem, a criança teria relatado para familiares mais próximos que o tio "mexia com ela" e que a "tocava em suas partes íntimas". No entanto, a denúncia teria sido abafada.

No dia do crime
Segundo a versão da autora, ao tomar conhecimento do abuso sofrido pela filha, familiares teriam assumido posturas distintas quanto à denúncia. O que teria ficado claro era a tentativa de não deixarem que os irmãos se encontrassem pessoalmente. Mas no dia crime, a tentativa falhou.

Bruno, que morava na casa dos pais, estava no imóvel quando a irmã, que reside em outra casa, chegou de moto e entrou no imóvel. Lá dentro, aconteceu o primeiro embate entre os irmãos, que não foi captado pelas imagens de câmeras de segurança.

De acordo com Regiane, ao ser questionado se a denúncia de abuso era verdadeira, Bruno teria tentado desconversar e "debochado" dos questionamentos apresentados por ela. Teria, ainda, "desafiado" a irmã para ver se ela teria "coragem" de fazer alguma coisa contra ele.

Teria sido neste instante da discussão que Regiane saiu da casa para buscar um objeto que estava dentro do guarda-volumes da moto - esta cena é registrada pelas câmeras. Ela volta para o interior do imóvel, onde disparou à queima-roupa contra Bruno, ao menos seis vezes.

Novamente pelas imagens que estão com a polícia, é possível ver a vítima correndo com as mãos na barriga e caindo morto a alguns metros de casa.

A arma do crime
A arma do crime, que estava com a suspeita, uma pistola 380, pertencia à vítima Bruno. De acordo com informações apuradas pela reportagem, há pouco ele teria se envolvido em uma briga em um posto de gasolina em Araçatuba e, desde então, andava armado aos fins de semana. A justificativa seria para se proteger. A pistola era mantida escondida no telhado da casa da suspeita. Regiane contou ainda para a polícia que, após o crime, se desfez da arma e a jogou em uma lagoa.

O depoimento da acusada durou cerca de uma hora. Prestados os esclarecimentos, o delegado Abelardo Alves Gomes decidiu que a autora responda em liberdade. Com a decisão, a indiciada deve retornar à rotina que tinha em Araçatuba, retomando o curso que fazia e as atividades na mecânica que mantém com o marido.

Foi confirmado também que tanto mãe quanto filha passarão por um tratamento psicológico. Ao sair da delegacia, Regiane foi recebida por um grupo de mulheres que aguardaram durante todo o depoimento para prestar apoio à mulher.

Um grupo de mulheres se reuniu para prestar apoio à acusada
Um grupo de mulheres se reuniu para prestar apoio à acusada

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