Aos 66 anos de idade, com quatro passagens pela Francana e 143 jogos comandando o clube, Wantuil teve mais uma chance de cravar, de vez, seu nome na agremiação esmeraldina. Ele lamenta não ter conseguido: “O mantra nosso era ‘acesso’. Foi assim desde o início. Todos ficaram muito abatidos. Passa um dia, passa dois, você começa a ficar conformado.”

Apesar da goleada sofrida na partida de volta contra o Catanduva (4 a 0) que custou a eliminação da Veterana, o treinador acredita que a equipe poderia ter ido mais longe na competição. “Achei o placar mais elástico por tudo que esse grupo fez no campeonato. Os meninos foram muito profissionais, eles moraram todos aqui no alojamento, não tivemos privilégio para ninguém. Eu acho que isso fez com que acontecessem todas essas coisas boas aí. Eu acho que daria para ir um pouquinho mais longe, mas eu não posso deixar de reconhecer o mérito da equipe do Catanduva”, disse o treinador.

Incluído em um planejamento para médio-longo prazo da diretoria, o técnico espera a definição de como será o campeonato de 2024. “Todos os atletas que nós estamos conversando querem voltar, mas nós precisamos ter uma definição da Federação, sobre o que vai ser no ano que vem. É sub-23, é liberado, o que a Federação vai definir, e isso vai acontecer no final do mês, quanto nós teremos todas essas definições.”

O técnico destacou também o trabalho da atual diretoria, oferecendo toda a estrutura de trabalho, honrando todos os compromissos, mesmo diante das dificuldades enfrentadas no dia a dia. “Foi dada a todos nós toda a estrutura para trabalharmos, pagando em dia, oferecendo uma boa alimentação, um bom treinamento, tudo dentro que foi combinado.”

Com a eliminação em Catanduva, Wantuil Rodrigues disse que um filme, já conhecido por ele próprio e pela torcida, passou em sua cabeça, ao relembrar o ano de 2002, quando a Veterana, também sob seu comando, esteve perto do acesso, mas perdeu para o Marília, derrota que custou o acesso do clube à Primeira Divisão na época. “Sempre vai vir (à cabeça) aquele momento. Aquele foi mais doloroso, porque foi um ano que só subiu uma equipe. É impossível dar uma entrevista e não ter essa pergunta. Doeu muito, machucou muito. Agora estávamos entre os oito, mas com uma confiança muito grande que poderíamos estar entre os quatro e entre os dois também. O grupo mostrou essa confiança para a gente. Mas em 2002 nós estávamos ali, puxa vida, depois tivemos a outra segunda chance contra a Portuguesa. E aí a gente fica nessa... é do ser humano, a gente fica magoado, revoltado e até se volta contra as suas crenças religiosas.”

De "férias", Wantuil foca agora na conclusão do curso de treinador ‘Licença A’, sua aproximação com a agremiação da Simão Caleiro. “Onde tem amor não tem morte, eu fico muito bravo quando alguém fala que a Francana vai morrer, que a francana não vai dar certo. A Francana vai dar certo, porque tem amor, tem gente apaixonada pela Francana. O clube tem todas as categorias e contamos com vários jogadores da própria cidade. Acreditem no projeto”, finalizou o treinador.