RELIGIÃO

Epifania: Festa dos Reis Magos

Os homens de boa vontade têm uma “estrela”, não cessam de “sonhar” um caminho alternativo. Leia o artigo do monsenhor José Geraldo Segantin.

Por Monsenhor José Geraldo Segantin | 08/01/2023 | Tempo de leitura: 2 min
Especial para o GCN

A festa da Epifania é a grande convocação que Deus faz, a fim de que todas as nações e raças encontrem forças para tornar humano e fraterno o nosso mundo.

Os homens de boa vontade têm uma “estrela”, não cessam de “sonhar” um caminho alternativo, que não passa pelos poderosos, mas nasce do menino-pastor. Essa caminhada é cheia de dificuldades, mas é Deus quem a ilumina, gerando forças e vida nova.

Primeira leitura: Isaías 60.
A primeira leitura se refere à cidade de Jerusalém, embora seu nome não seja mencionado. A situação da cidade é desanimadora.

Teria Javé abandonado seu povo e a cidade santa? O papel do profeta aqui é suscitar ânimo e esperança. Javé continua sendo o esposo da cidade. Por causa do amor fiel que tem para com Jerusalém, esta será transformada em ponto de convergência da caminhada das nações.

É um marido apaixonado que deseja todo o bem à sua amada, ele é luz e permite à cidade participar dessa luz.

Segunda Leitura: Efésios 3.
A carta aos Efésios é um texto que Paulo, ou um discípulo seu, escreveu para diversas comunidades das regiões próximas a Éfeso.

Paulo utiliza a palavra projeto de Deus. Prefere falar de mistério. Mas esse termo nada tem a ver com algo obscuro ou incompreensível. Pelo contrário, mistério corresponde à revelação do plano divino.

Pois bem, mediante esse Evangelho, todos são chamados à vida e à liberdade trazidas por Jesus.

Evangelho: Mateus 2.
O evangelho mostra que o verdadeiro rei dos judeus não é o violento (assassino), prepotente e politiqueiro Herodes, estrangeiro idumeu, lacaio do poder romano opressor.

Herodes e a cidade inteira se agitam com o anúncio de novo rei.

O verdadeiro rei dos judeus é um recém-nascido, que tem suas raízes no poder popular alternativo que se forma a partir do descontentamento e das necessidades básicas do povo, ou seja, é rei à semelhança do pastor Davi.

Os magos são os primeiros a intuir isso, e seu desejo é adotar esse novo poder que nasce do pobre. Eles são guiados por uma estrela, que exprime as intuições mais puras e os anseios mais profundos da humanidade sedenta de paz, justiça, fraternidade.

Os magos reconhecem, pois, a nova maneira de exercer a realeza e o poder. Aderem ao projeto de Deus que salva as pessoas a partir do pequeno e do pobre, e não a partir dos poderosos e violentos como Herodes.

O gesto de reconhecimento é acompanhado da oferta do que há de melhor em seus países: ouro, incenso e mirra.

Para os Padres da Igreja, essas riquezas simbolizam a realeza (ouro), a divindade (incenso) e a paixão de Jesus (mirra).

O texto termina mostrando que, definitivamente, o caminho da salvação não passa por Jerusalém. Os magos voltam para casa por outro caminho, que o discernimento lhes indicou.

Monsenhor José Geraldo Segantin é reitor do Santuário Diocesano de Santo Antônio.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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