NOSSAS LETRAS

Inácio de Antioquia

Jesus Cristo amealhou uma grande quantidade de discípulos. Leia a crônica de Mário Eugênio Saturno.

Por Mário Eugênio Saturno | 22/10/2022 | Tempo de leitura: 2 min
Especial para o GCN

Jesus Cristo amealhou uma grande quantidade de discípulos (do grego mathetais, aprendiz), faz uma catequese densa e reveladora que afasta os que seguiam encantados pelos milagres, pelas emoções (patetais? de pathein, donde patético), sobraram os apóstolos (de apostolai, enviar) que após a ressurreição de Jesus e envio do Espírito Santo, iniciam seu culto divergente judaico, com o batismo e a eucaristia, chamada de Igreja Neotestamentária.

Essa primeira etapa da história da Igreja aconteceu de 33 a 313, a promulgação do Edito de Milão, por Constantino e Licínio. Esse período é marcado pelo crescimento muito rápido, espalhando-se pelo Império Romano em vinte anos. Período marcado pela pouca organização e divergência de doutrina, só resolvidas em 325 em Niceia.

O primeiro grande Padre foi Inácio, nasceu em Antioquia em 35 e morreu martirizado em 107 em Roma. Santo Inácio de Antioquia assemelha-se aos Apóstolos pelo conteúdo de sua mensagem (testemunho), pela forma de seus escritos (cartas) e pelo estilo bíblico.

Jerônimo escreveu em seu livro Viris Illustribus (Homens Ilustres): Inácio, terceiro bispo, depois do Apóstolo Pedro, da Igreja de Antioquia, foi enviado preso a Roma, condenado às feras durante a perseguição movida por Trajano. Chegando por mar a Esmirna, onde Policarpo, que foi discípulo de João, era bispo, escreveu cartas aos efésios, magnésios, tralianos e aos Romanos. Depois (em Trôade), aos filadélfios, esmirnenses e, em particular, a Policarpo, recomendando-lhe a Igreja de Antioquia.

Eusébio de Cesareia, historiador do IV século, dedica um capítulo da sua História Eclesiástica à vida e à obra literária de Inácio: da Síria, Inácio foi enviado a Roma para ser lançado às feras, por causa do testemunho. Nas várias cidades por onde passava, com pregações e admoestações, ia consolidando as Igrejas, exortava fervorosamente a evitar as heresias e recomendava que não se separassem da tradição apostólica.

E assim vós, um por um, tornais-vos coro, para que na sinfonia da concórdia, depois de ter tomado o trono de Deus na unidade, canteis a uma só voz" (4, 1-2). E recomendado aos Esmirnenses que "nada empreendessem do que diz respeito à Igreja sem o bispo" (8, 1). Diz a Policarpo: "Eu ofereço a minha vida por aqueles que são submetidos ao bispo, aos presbíteros e aos diáconos. Trabalhai juntos uns para os outros, lutai juntos, correi juntos, sofrei juntos, dormi e vigiai juntos como administradores de Deus, seus assessores e servos. Que nenhum de vós seja desertor.

Inácio, o primeiro na literatura cristã atribui à Igreja o adjetivo "católica", do grego para todos ou universal (Aos Esmirnenses 8,2). E precisamente no serviço de unidade, a comunidade cristã "em Roma, ela preside digna de Deus, venerável, digna de ser chamada beata", "preside à caridade, que tem a lei de Cristo e o nome de Pai" (Aos Romanos, Prólogo). Como se vê, Inácio é verdadeiramente o "doutor da unidade". Nenhum padre da Igreja expressou com a intensidade de Inácio o anseio pela união com Cristo e pela vida n'Ele (Papa Bento XVI).

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