NOSSAS LETRAS

Intimidade

Como se ao amor fosse permitido o poder de despolarizar polinizando, seu corpo negro colado à branquidão do meu reinaugura poder de novo. Leia a crônica de Baltazar Gonçalves.

Por Baltazar Gonçalves | 15/10/2022 | Tempo de leitura: 1 min
Especial para o GCN

Reprodução

Como se ao amor fosse permitido o poder de despolarizar polinizando, seu corpo negro colado à branquidão do meu reinaugura poder de novo. Você me desperta a fazer coisas que não estava acostumado, mas posso mesmo permanecer.

Posso reinventar a capacidade de amar mais uma vez. Quero te fotografar mais, te sentir com os olhos. Quero te comer para ser digerido, para me fazer sentido quero ser uma fotografia na sua mente, ser pão na sua mesa e lençol na sua cama.

Se começamos pelo desejo, pela satisfação do desejo no corpo, pelo direito inalienável do orgasmo, se começamos podemos dizer sim e prosseguir, pois essa intimidade ampliada com segurança, noutra foto, o seu corpo delira no meu e te gostar assim dá para a vida a sensação de ser abraçado amorosamente por ela.

Nosso enlace, nosso encaixe - outra foto, nela te abraço enquanto me beija e sua boca a dizer: essa intimidade é boa. Eu estava na janela que dá para a estrada vazia quando você chegou, de mansinho abraçando roçou seus dentes brancos iguais aos meus em meu pescoço e fotografou os arrepios que vinham dos pés à cabeça?

Se quem lesse nossa fotografia registrasse em seu passado algo parecido veria: quando no seu colo te beijei foi como se nossa língua penetrasse os desvãos de toda inconfidência, os poros, as classes e etnias e gêneros. Se quem lesse nossa fotografia sentisse o mesmo arrebatamento saberia também ser capaz de amar de novo nesse momento, pois quando você digeriu meus pensamentos eu senti todo vazio de sempre preenchido em apenas um fotograma.

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