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NOSSAS LETRAS
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A cor da modernidade
A cor da modernidade
A população que se declarou preta cresceu 32,4% em dez anos, ao passar de 14,6 milhões para 19,3 milhões de pessoas. Leia o artigo de Murilo do Carmo Janelli.
A população que se declarou preta cresceu 32,4% em dez anos, ao passar de 14,6 milhões para 19,3 milhões de pessoas. Leia o artigo de Murilo do Carmo Janelli.
Por Murilo do Carmo Janelli | 30/07/2022 | Tempo de leitura: 2 min
especial para o GCN
Por Murilo do Carmo Janelli
especial para o GCN
30/07/2022 - Tempo de leitura: 2 min

A população que se declarou preta cresceu 32,4% em dez anos, ao passar de 14,6 milhões para 19,3 milhões de pessoas. A que se vê como parda aumentou 10,8% e foi de 90,2 milhões para 99,9 milhões. As duas taxas foram superiores aos 7,6% de crescimento da população total do país, o que indica que mais pessoas passaram a se reconhecer como pretas ou pardas.
No caso da população que se declarou branca o número ficou estável, de 91,6 milhões em 2012 para 91,5 milhões em 2021, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua -- Características Gerais dos Moradores, divulgada na sexta-feira, 22, pelo IBGE. Segundo analistas do instituto, foi o reforço das políticas afirmativas de cor ou raça e a maior miscigenação entre a população no caso de pessoas pardas, que geraram a diferença.
Essa visão sobre o apagamento da população que se declara preta e parda no país no século passado é parte importante do livro recém-lançado A Cor da Modernidade: A Branquitude e a Formação da Identidade Paulista (Edusp, 656 páginas), da historiadora norte-americana Barbara Weinstein. Na obra, ela debate como as lideranças paulistas moldaram uma imagem branca, masculina e afeita ao progresso como características inatas do estado, de forma a explicar uma "superioridade" em relação ao restante do Brasil, mas principalmente à região Nordeste.
Para construir essa visão, a autora analisa a rebelião paulista de 1932, também conhecida como Revolução Constitucionalista, e também as comemorações do 4º Centenário da fundação da cidade, em 1954. Por meio de extensa pesquisa de fontes, debate conceitos e problemas como nação e região, identidade, branquitude, raça, gênero, modernidade e progresso. Para Weinstein, são questões que não podem ser analisadas separadamente porque produzem desigualdades materiais, políticas e culturais.
Barbara Weinstein é professora de história da Universidade de Nova York e ex-presidente da American Historical Association (Associação Americana de História), ambas nos Estados Unidos. É autora de outros livros sobre o desenvolvimento econômico no Brasil, como The Amazon Rubber Boom, 1850-1920 (1983), For Social Peace in Brazil: Industrialists and the Remaking of the Working Class in São Paulo (1996) e a versão original do lançamento da Edusp (The Color of Modernity: São Paulo and the Making of ). O livro é oportunidade para repensar nosso racismo estrutural, que precisa ser melhor compreendido para ser de fato combatido.
A população que se declarou preta cresceu 32,4% em dez anos, ao passar de 14,6 milhões para 19,3 milhões de pessoas. A que se vê como parda aumentou 10,8% e foi de 90,2 milhões para 99,9 milhões. As duas taxas foram superiores aos 7,6% de crescimento da população total do país, o que indica que mais pessoas passaram a se reconhecer como pretas ou pardas.
No caso da população que se declarou branca o número ficou estável, de 91,6 milhões em 2012 para 91,5 milhões em 2021, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua -- Características Gerais dos Moradores, divulgada na sexta-feira, 22, pelo IBGE. Segundo analistas do instituto, foi o reforço das políticas afirmativas de cor ou raça e a maior miscigenação entre a população no caso de pessoas pardas, que geraram a diferença.
Essa visão sobre o apagamento da população que se declara preta e parda no país no século passado é parte importante do livro recém-lançado A Cor da Modernidade: A Branquitude e a Formação da Identidade Paulista (Edusp, 656 páginas), da historiadora norte-americana Barbara Weinstein. Na obra, ela debate como as lideranças paulistas moldaram uma imagem branca, masculina e afeita ao progresso como características inatas do estado, de forma a explicar uma "superioridade" em relação ao restante do Brasil, mas principalmente à região Nordeste.
Para construir essa visão, a autora analisa a rebelião paulista de 1932, também conhecida como Revolução Constitucionalista, e também as comemorações do 4º Centenário da fundação da cidade, em 1954. Por meio de extensa pesquisa de fontes, debate conceitos e problemas como nação e região, identidade, branquitude, raça, gênero, modernidade e progresso. Para Weinstein, são questões que não podem ser analisadas separadamente porque produzem desigualdades materiais, políticas e culturais.
Barbara Weinstein é professora de história da Universidade de Nova York e ex-presidente da American Historical Association (Associação Americana de História), ambas nos Estados Unidos. É autora de outros livros sobre o desenvolvimento econômico no Brasil, como The Amazon Rubber Boom, 1850-1920 (1983), For Social Peace in Brazil: Industrialists and the Remaking of the Working Class in São Paulo (1996) e a versão original do lançamento da Edusp (The Color of Modernity: São Paulo and the Making of ). O livro é oportunidade para repensar nosso racismo estrutural, que precisa ser melhor compreendido para ser de fato combatido.
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