OPINIÃO

Dia internacional do Idoso

Por Toninho de Menezes | especial para o GCN
| Tempo de leitura: 3 min

Comemora-se no dia 1º de outubro o Dia Internacional da Pessoa Idosa. A data instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas) tem por objetivo contribuir no aprimoramento da qualidade de vida dos mais velhos, através de ações que visem sua integração na sociedade e atendimento à sua saúde.

Em toda comunidade mundial há uma preocupação com o envelhecimento da população. Segundo a ONU, até o ano de 2050 a Terra terá mais de dois bilhões de pessoas com mais de 60 anos e mais de 400 milhões com mais de 80 anos.

O principal problema é que atualmente 64% de todas as pessoas idosas vivem em regiões menos desenvolvidas e atingirá no ano de 2050 aproximadamente 80%.

No Brasil, segundo estudos, a população idosa deve aumentar bastante nos próximos anos, e ocupará o sexto lugar no ranking de população idosa no ano de 2025. Brasileiros com mais de 60 anos passarão a ser mais de 32 milhões. No ano de 2050, o número de idosos deverá ser superior aos das crianças de até 14 anos. O grande complicador, no caso brasileiro, é que atualmente mais de 70% dos idosos são usuários do SUS (Sistema Único de Saúde). Ou seja, com os “novos” idosos que se aposentam e, a maioria, por consequência deixam os planos de saúde vinculados às empresas em que trabalhavam, obviamente será do SUS a responsabilidade de atendê-los e dar-lhes guarida, o que demandará investimentos e reestruturação de sistema que nos dias atuais já não consegue dar atendimento à demanda, agora imaginemos no futuro, caso permaneça as mesmas sistemáticas atualmente adotadas.

Para quem tem entre 20 e 30 anos, a velhice parece estar ainda muito distante, mas com certeza é uma realidade cada vez mais comum a todos nós. Assim, nada mais lógico do que buscarmos as melhorias que, talvez, utilizaremos no futuro, ou seja, na nossa velhice.

Na sociedade de hoje, apesar dos muitos discursos, os idosos são pouco valorizados, sendo erroneamente vistos como “estorvos”, como improdutivos e muito caros para a sociedade.

Não é fácil envelhecer, principalmente pela debilidade física decorrente, muitas vezes, de poucos recursos disponíveis para tratar da saúde, considerando (como já falamos) a sua dependência da precária previdência social; adicionando-se a perda do poder aquisitivo das aposentadorias nas últimas décadas que trazem uma série de consequências danosas à qualidade de vida; a pobreza; o baixo nível de escolaridade de parcela considerável da população idosa e a sua defasagem tecnológica que inviabiliza algumas políticas sociais etc. A degradação biológica, econômica e social aliada à tristeza decorrente da inutilidade que lhe é imposta, podem provocar no idoso a repulsa por sua própria pessoa e pelos outros.

Apesar desse cenário desfavorável, é possível ter qualidade de vida na terceira idade. O primeiro passo para isso é o idoso sentir-se útil e deixar de encarar os problemas como "coisas da idade". “Sensação de cansaço, desânimo e tristeza não devem ser classificados como problemas de idoso. Ninguém fica doente somente por ser velho”, diz Renato Maia Guimarães, presidente da regional do Distrito Federal da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.

Aceito o fato de que os problemas do idoso devem ser combatidos e não resignados, o próximo passo é buscar a qualidade de vida para os anos de aposentadoria. E nunca, jamais desistir de cobrar e exigir os seus direitos, principalmente em razão de terem dado sua contribuição produtiva ao nosso país durante décadas.

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