Atire a primeira pedra

Por Pastor Isaac Ribeiro | 25/10/2020 | Tempo de leitura: 2 min
Especial para o GCN

“Mulher, onde estão os teus acusadores? Ninguém te condenou? Ela disse: ninguém Senhor. E disse lhe Jesus: Nem eu também te condeno. Vai-te e não peques mais.”

(João, 8.11)

Com estas palavras Jesus despediu uma mulher trazida até a sua presença por fariseus e mestres da lei. Este encontro, registrado no capítulo oito de João, é fonte de muitas lições sobre uma espiritualidade fundamentada no princípio do amor, manifesto através de atos de compreensão e misericórdia. Quando a mulher chegou até a presença de Jesus, já estava sentenciada e praticamente executada. Os homens que a levaram àquela situação queriam apenas usá-la para incriminar Jesus por suas próprias palavras. Queriam que o mestre incorresse no erro do contraditório, ou seja, se dissesse que não deviam condená-la estaria infligindo a lei que foi dada por Deus a Moisés, e naturalmente dando-lhes ferramentas para incrimina-lo. Por outro lado, se dissesse para condená-la, a sua atitude seria usada, como argumento de que pregava o amor, mas não praticava o mesmo. A princípio, Jesus ignorou a chegada dos religiosos, sempre tão prestigiados pela população em geral. Quando resolve quebrar o silêncio, dirige-se aos religiosos e diz: “Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar uma pedra nesta mulher” e voltou a escrever no chão. Estas palavras invertem as posições. De acusadores, os religiosos passam a réus de suas próprias consciências, e começando pelos mais velhos até os mais novos, todos, emudecidos, deixam o local. 

Em seguida, Jesus pergunta à mulher onde estavam os seus acusadores, e se alguém a havia condenado. Vemos nesta pergunta, um ato terapêutico profundo. Jesus se dirige a uma mulher que sabia que era pecadora, e pergunta-lhe onde estavam os puros que a condenavam e a julgavam. Onde estavam os perfeitos que, diferentemente dela, não cometiam pecados? A mulher responde que eles haviam ido embora sem condená-la. A resposta da pecadora era necessária no processo da cura. Era necessário que ela dissesse com os seus próprios lábios: “Não, ninguém me condenou”, para ouvir, em seguida, de Jesus: “Nem Eu tampouco te condeno. Vai e não peques mais”. Caro leitor, a lei do amor é aquela que nos faz soltar as pedras, que nos faz voltar para dentro de nós mesmos, tomados pela consciência de que também precisamos de perdão e restauração. Se existe uma coisa que Jesus sempre combateu foi à hipocrisia. Nada aborrece mais o mestre, do que a falsidade presente na religiosidade daqueles que honram-no com lábios, mais que mantém seus corações longe da verdade de Deus. Vamos pensar nisto.

 Deus vos abençoe.  

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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