Divergências

06/06/2020 | Tempo de leitura: 2 min

Sempre afirmamos aos nossos alunos que: A diversidade de opiniões é uma das maiores riquezas do mundo. É utopia imaginar que 100% das pessoas devam pensar e agir do mesmo modo diante de algumas situações. Agora não é porque pensamos de forma divergente que devemos obrigar, inclusive através de atos de violência, ou seja, de que modo for que os outros também compartilhem nossa forma de ver e pensar.

 

Nós temos que aprender a pensar por nós mesmos, analisar e tirar nossas próprias conclusões. Ninguém tem o direito de definir por você seu jeito de agir e de pensar.

 

Caros amigos leitores fizemos essa introdução no intuito de alertar pessoas que, na atual conjuntura política brasileira, aceitam tudo que lhes passam como a mais pura das verdades. Nos últimos dias vimos nas redes sociais pessoas curtindo um selo de antifascismo e estranhamente algumas que curtiram tal selo vieram nos perguntar o que é o fascismo. E isso nos assusta, pois como pode uma pessoa aderir e compartilhar sobre algo que sequer sabe o seu conceito e o diferencial para outros regimes sociais? Teriam que ter questionado e analisado antes de aderir e compartilhar e não depois. Isso na realidade é fanatismo, ou seja, uma cega obediência a uma idéia, servida com obstinação e até com violência para obrigar outros a segui-la. Sabemos que muitas pessoas renunciam as próprias idéias aderindo ao conformismo, pois não querem correr o risco de ser perseguido por causa das próprias idéias, com a aceitação resignada e servil das verdades alheias, embora intimamente não aceitas, sendo a forma mais fácil para fugir do furor das idéias alheias.

Pois bem, o que é o fascismo? De nada adianta procurar no Google e ver resumidamente o que significa, pois há necessidade de um aprofundamento em estudos para se entender um pouco mais, pois há definições diversas e contraditórias deste conceito. Os estudiosos como Norberto Bobbio dividem o fascismo em três significados, porém há duas linhas principais: - há o aniquilamento das oposições, mediante o uso da violência e do terror; e - por um aparelho de propaganda baseado no controle das informações e dos meios de comunicação de massa. Resumindo Norberto Bobbio, trata a variedade de interpretações sobre o fascismo como fenômeno de muitas faces e que cada uma delas capta apenas um aspecto parcial e que jamais se consegue construir o todo, cujas implicações não foram ainda totalmente esclarecidas. Assim como é que pode uma pessoa aderir sem conhecer todas as fundamentações, que até os mais renomados estudiosos até hoje ainda não chegaram a um senso comum.

 

Enfim, temos que respeitar as posições de quem imagina que estamos vivenciando tal situação e os que pensam de forma diferente. Todos nós temos que respeitar o espírito crítico e o uso da razão apoiada na experiência, que ensina os limites e as virtudes da tolerância, refletindo por sua própria “cabeça” e não por aquilo que sequer sabe o que é.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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