Epifania: Festa dos Reis

A festa da Epifania é a grande convocação que Deus faz, a fim de que todas as nações e raças encontrem

05/01/2020 | Tempo de leitura: 2 min

A festa da Epifania é a grande convocação que Deus faz, a fim de que todas as nações e raças encontrem forças para tornar humano e fraterno o nosso mundo.

Primeira leitura: Isaías 60:

A primeira leitura se refere à cidade de Jerusalém, embora seu nome não seja mencionado. A situação da cidade é desanimadora.

Teria Javé abandonado seu povo e a cidade santa? O papel do profeta aqui é suscitar ânimo e esperança. Javé continua sendo o esposo da cidade. Por causa do amor fiel que tem para com Jerusalém, esta será transformada em ponto de convergência da caminhada das nações.

Segunda Leitura: Efésios 3: A carta aos Efésios é um texto que Paulo, ou um discípulo seu, escreveu para diversas comunidades das regiões próximas a Éfeso.

A comunidade cristã não está subordinada a uma raça ou nação. Excluir alguém seria pertencer a um corpo mutilado. Seria eliminar a Cabeça (Cristo), pois ele veio para todos. A salvação é acessível, como oferta graciosa de Jesus, a todos, sem discriminação.

Evangelho: Mateus 2: O evangelho mostra que o verdadeiro rei dos judeus não é o violento (assassino), prepotente e politiqueiro Herodes, estrangeiro idumeu, lacaio do poder romano opressor.

Herodes e a cidade inteira se agitam com o anúncio de novo rei.

O verdadeiro rei dos judeus é um recém-nascido, que tem suas raízes no poder popular alternativo que se forma a partir do descontentamento e das necessidades básicas do povo, ou seja, é rei à semelhança do pastor Davi.

Os magos são os primeiros a intuir isso, e seu desejo é adotar esse novo poder que nasce do pobre. Eles são guiados por uma estrela, que exprime as intuições mais puras e os anseios mais profundos da humanidade sedenta de paz, justiça, fraternidade.

Os magos reconhecem, pois, a nova maneira de exercer a realeza e o poder. Aderem ao projeto de Deus que salva as pessoas a partir do pequeno e do pobre, e não a partir dos poderosos e violentos como Herodes.

O texto termina mostrando que, definitivamente, o caminho da salvação não passa por Jerusalém, e menos ainda tem algo a ver com o aparato político-repressor do despótico Herodes. Os magos voltam para casa por outro caminho, que o discernimento lhes indicou.

Esse episódio nos recorda que é grave engano supor que a salvação e a vida venham dos poderosos. Ao se aliar com eles, a Igreja se torna cúmplice de seus projetos de morte. Os magos, ao tomar rumo novo, apontam para a novidade que nos espera e desafia no campo da evangelização.


Monsenhor José Geraldo Segantin
Pároco da Igreja de Santo Antônio e vigário geral da Diocese -segantin@comerciodafranca.com.br 
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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