2020

Na iminência de novo ano, torno a ler, não resisto e eis-me repetindo texto sublime de Zuenir Ventura

04/01/2020 | Tempo de leitura: 2 min

Na iminência de novo ano, torno a ler, não resisto e eis-me repetindo texto sublime de Zuenir Ventura, que abre seu livro da coleção Sete Pecados Capitais. Nele, sugere que façamos distinção entre Ciúme, Cobiça e Inveja. Diz: “ciúme é querer manter o que se tem; cobiça é querer o que não se tem; inveja é não querer que o outro tenha”. Alerta: “a inveja é vírus que se caracteriza pela ausência de sintomas aparentes. O ódio espuma. A preguiça se derrama. A gula engorda. A avareza acumula. A luxúria se oferece. O orgulho brilha. Só a inveja se esconde.” Faz citações: “o verdadeiro amigo não é o que é solidário na desgraça, mas o que suporta o seu sucesso”. Outra: “ a solidariedade na alegria é muito rara.” Lembra afirmação lapidar de Nelson Rodrigues: “há coisas que o sujeito não confessa nem ao padre, nem ao psicanalista, nem ao médium depois de morto”, e completa: “uma delas certamente é a inveja”. No jogo da inveja, garante, o importante não é o que se ganha, mas o que o outro perde.” Que fiquemos livres da inveja e de todas as classes e tipos de invejosos neste próximo 2020.

Que fiquemos livres, igualmente, de mentiras e de mentirosos. Que sumam da nossa vida aqueles que nos enganam, que são falsos, que nos elogiam na nossa presença, mas se riem de nós quando lhes voltamos as costas. Criticam-nos, avaliam-nos como se fossem juízes e, principalmente, são mestres em emitir juízos de valor sobre nossa conduta. Que os puros de coração os perdoem. Por mim, que caiam na sarjeta, quebrem os dentes, que inúmeros e poderosos raios os atinjam ao mesmo tempo e que, em seguida, sejam conduzidos ao inferno. De cabeça para baixo e o diabo cutucando. Nessa classificação entram bandidos e seus defensores, políticos do naipe do Renan, Maluf, João Alves (aquele que ganhava sem parar na loteria), juiz Lalau, Jorgina de Freitas, assassinos, ladrões, corruptos, corruptores, traficantes, aliciadores.

Que todo tipo de pessoa que engana o próximo seja cortada ao meio e jogada aos tubarões: o que superfatura vendas; o que mente ao cônjuge; o que maltrata as pessoas menos afortunadas; quem nega comida a quem tem fome; que não se compadece da dor alheia; o líder que ignora as necessidades da população que o escolheu. Que o adulto abusador de crianças seja exemplarmente punido, que nenhum advogado, por mais mercenário que seja, aceite defendê-lo. Aliás, seria maravilhoso que advogados não aceitassem mais defender quem briga por causa de herança; quem roubou o país; quem aceitou presentes valiosos como sítios, apartamentos, em troco de favorecimentos escusos.

Finalmente, que meus bisavôs me perdoem quando afirmo abominar quaisquer cotas e referências que favoreçam ou homenageiem sua raça, da qual sou orgulhosa descendente. Que ele perdoe, igualmente, os brancos que se dizem contra segregação racial, mas nunca convidaram negros para sentarem-se à sua mesa durante as refeições. Vem 2020! Vem quente que estou fervendo...

 

Lúcia Helena Maníglia Brigagão
Jornalista, escritora, professora
luciahelena@comerciodafranca.com.br
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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