Espetáculos

A diversidade de ângulos para análise de qualquer filme, torna fascinante o cinema. Roteiro original, roteiro adaptado, interpretação

31/08/2019 | Tempo de leitura: 2 min

A diversidade de ângulos para análise de qualquer filme, torna fascinante o cinema. Roteiro original, roteiro adaptado, interpretação, efeitos especiais, tecnologia, maquiagem, trilha sonora, figurino, direção de arte, para começar. Algumas cenas passam despercebidas, porque são muitas e diversas as situações condensadas mostradas, na tela de qualquer tamanho. Livros e filmes: mananciais que abastecem fome de histórias, verdadeiras ou falsas, imitações ou reproduções da vida, atuais ou distantes no tempo. Mas tenho preferências.

A cena mais emblemática? No início de “2001, uma odisséia no espaço”, 1968. Primatas se divertem com osso que lembra fêmur de animal. Jogam-no para o alto, ele sobe lentamente sob para a estratosfera e se transforma em nave espacial. O som é Strauss - Assim falava Zaratrusta, seguido da conhecida melodia do Danúbio Azul. Em poucos minutos, a representação de milhões de anos da trajetória humana no Planeta. Sensacional. A mais emocionante? No Cinema Paradiso, 1994, clássico italiano. Entre tantas outras destaco a que Totó menino, chama Alfredo que está preso no quartinho de projeção, em chamas. O medo, o pavor, a tristeza, a dor, a impotência estão perpetuadas na voz do pequeno artista. A mais bonita? Quando o “Rei Leão” (1994) apresenta o herdeiro à comunidade. A mais engraçada? A cena final de “Quanto mais quente, melhor”, 1959. Jack Lemon, hétero, passa o filme disfarçado de mulher para fugir da polícia. No momento em que é assediado por admirador também hétero, trava com ele diálogo tenso no qual verbaliza total desinteresse pelo romance. “Eu sou homem!”, diz. “Ninguém é perfeito!”, responde o outro!”. Quem viu “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”, 1977, tem na memória, ou reconhece se as ouvir, as cinco notas que fizeram a história da ficção científica no cinema. Filme pilar do gênero, abriu passagem para Lucy, Guerra nas Estrelas, Avatar, O preço do amanhã, Matrix, Contato, Gattaca. É violenta, fico tensa e fascinada quando toco nas caixinhas de O Poderoso Chefão; não resisto e dou rápida espiadela num dos três episódios. Absoluto clássico. Tem, ainda, O Sol é para todos; ...E o vento levou; A Lista de Schindler; Forrest Gump; Tempos Modernos; Casablanca; Coração Valente. A lista vai longe.

Mas nenhum roteiro desses é melhor, mais criativo e vanguardista que a novela brasileira real apresentada nos últimos meses, cujos protagonistas estão mais para artistas de comédia bufa. Verdadeiro circo, com famigerada equipe de saltimbancos, malabaristas e equilibristas ligados à justiça brasileira; mágicos, que fazem milagres ao transformar mentiras em verdades e verdades em mentiras, chefiados por Cristiano Zanin. O chefe dos atiradores de facas é Lula e a assistente, Gleise. Divididos nos aplausos, estão 612 grandalhões acomodados nas cadeiras especiais e 210 milhões de pagantes, espremidos na geral e arquibancada. Era só o que faltava: produção chamou atenção de estrangeiros, que determinaram como cenário nossa Amazônia e querem, além da participação, a direção, palco e renda do espetáculo.

 

Lúcia Helena Maníglia Brigagão
Jornalista, escritora, professora
luciahelena@comerciodafranca.com.br
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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