C. Buarque

Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque, pernambucano, engenheiro mecânico, economista, educador, professor universitário, criador do Bolsa-Esc

10/08/2019 | Tempo de leitura: 2 min

Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque, pernambucano, engenheiro mecânico, economista, educador, professor universitário, criador do Bolsa-Escola implantada em seu governo no Distrito Federal. Ministro da Educação no primeiro mandato de Lula foi demitido do cargo por telefone e substituído por Tarso Genro. Desde 2003, Senador pelo Distrito Federal. Conhecido como Cristovão Buarque. Nos Estados Unidos, perguntado sobre a internacionalização da Amazônia, advertiram-lhe esperar a resposta do humanista, não do brasileiro.

C. Buarque respondeu que, como brasileiro diria não, apesar de reconhecer algum descuido dos governos com o extraordinário patrimônio: “Ele é nosso”. “Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia posso imaginar sua internacionalização, como de tudo mais que tenha importância para a humanidade. O petróleo, por exemplo. É tão importante para o bem estar e o futuro da humanidade, quanto a Amazônia. Se donos das reservas de petróleo ficam à vontade para aumentar, diminuir a extração; subir ou não seu preço, internacionalizemos, as reservas de petróleo do mundo inteiro! E o capital financeiro dos países ricos também, sugere. “Se a Amazônia é reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimá-la é tão grave quanto o desemprego provocado pelas especulações arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros, na volúpia da especulação.” C. Buarque gostaria, diz, antes mesmo da internacionalização da Amazônia, ver a internacionalização dos grandes museus do mundo. Se cada museu do mundo guarda as mais belas peças produzidas pelo gênio humano o Louvre, por exemplo, não deveria pertencer apenas à França.

Cristovam Buarque fez essas declarações durante o Forum do Milênio, na ONU. E lembrou que alguns países do mundo tiveram dificuldade em comparecer, ou nem foram, por constrangimento com a fronteira dos Estados Unidos. Daí sugere internacionalizar também Nova York, sede da ONU. E muitas outras, pois “cada cidade com sua beleza específica, sua história no mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro”.

Se os Estados Unidos desejam internacionalizar a Amazônia temendo deixá-la em mãos brasileiras, que intercionalizem seus arsenais nucleares: usados, provocarão mais destruição que as queimadas das florestas brasileiras. Se desejam internacionalizar as florestas do mundo em troca das dívidas dos países, que usem essa dívida para dar comida e escola para as crianças do mundo, patrimônio que merece cuidados, mais que a Amazônia. Assim, elas estudarão, ao invés de trabalhar; viverão, ao invés de morrer. E termina: “Como humanista aceito defender a internacionalização do mundo. Mas enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa!”.

 

Lúcia Helena Maníglia Brigagão
Jornalista, escritora, professora
luciahelena@comerciodafranca.com.br
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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