Mentiras

25/05/2019 | Tempo de leitura: 2 min

Ao tomar conhecimento de situação que fazia muito mais mal ao mentiroso que à vítima, parei para pensar sobre a mentira, a nociva mentira, cuja natureza, além de perversa, tem origem maligna, não consegue se manter de pé o tempo todo e produz males devastadores.

“A mentira não habita na luz, mas esconde-se nas regiões lôbregas e ensombrecidas do engano”, li em algum lugar e anotei. “Ora se apresenta disfarçada de autodefesa, ora de negação afrontosa da verdade. É distorção, inversão e negação da verdade. É atentado à integridade do próximo.” Pior. É a pior das afrontas e tem como escopo enganar alguém. Quem mente, pretende sonegar a verdade ao próximo. Traz informações distorcidas, maquiadas para, geralmente, colocar o retrato do mentiroso na moldura da integridade. Não há mentira construtiva, pois jamais haverá relacionamentos confiáveis onde ela está presente. Tem efeitos devastadores: destrói a confiança, que é o alicerce das relações humanas. E o mentiroso destrói-se, antes de atingir o próximo. O mentiroso só perde. Perde credibilidade, nome, antes de prejudicar quem quer que seja.

A mentira de qualquer porte causa danos. Dá ao mentiroso a capacidade de mentir mais e melhor, mas quebra algum grau da confiança das pessoas que o cercam. Pequenas ou grandes, mentiras são mentiras e sempre minam, além da credibilidade em si, o grau de confiança que o mentiroso poderia ter, que teve, ou teria.

Mentiras grassam nos jornais, na televisão, na internet, mas dentro das famílias também. No contexto familiar alguém pode mentir simplesmente porque não consegue lidar com suas próprias emoções. Não é problema de patologia relacionado à mentira, mas à imaturidade emocional da pessoa. Nesse caso, o mentiroso age movido pela sua própria incapacidade de lidar com a verdade. Muitas vezes, não há a intenção de causar dano ao familiar vítima da mentira, mas sim de ocultar alguma informação, de não revelar algum comportamento que seja considerado não aceitável ou esconder a quebra de alguma regra. Dizem, essa é a principal explicação para a maior parte das mentiras que ocorrem no âmbito familiar.

O que levaria qualquer pessoa com currículo invejável, dignificante história de vida, trajeto social ascendente, futuro promissor e grandes realizações sociais a exibir, mentir sobre detalhe de sua formação profissional que apenas acrescentaria outra estrela à sua imensa e brilhante galáxia de grandes feitos? Fica a questão no ar. Não sou capaz de responder, muito menos de acusar , jogar pedras, ou julgar.

Lúcia Helena Maníglia Brigagão
Jornalista, escritora, professora

luciahelena@comerciodafranca.com.br 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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