Romanov

Não que despreze a história do Brasil. Mas acho a história da Europa, fascinante porque quando aqui ainda estávamos trocando espelhinhos com os portugueses

27/04/2019 | Tempo de leitura: 2 min

Não que despreze a história do Brasil. Mas acho a história da Europa, fascinante porque quando aqui ainda estávamos trocando espelhinhos com os portugueses, lá já tinha catedrais, arte, artistas, intrigas, famílias reais, filosofia e filósofos. Enquanto os europeus guerreavam na Guerra dos Cem anos – 1337-1453, nós estávamos descobrindo a mandioca, que a Dilma viria saudar séculos depois. Deve ser por causa dessa paixão pela história, que me sinto tão à vontade no Velho Mundo. Aonde quer que eu me encontre, tenho referências que me situam na linha do tempo. Acho maravilhoso encontrar catedrais góticas, quadros de Michelangelo, esculturas de Da Vinci, pisar no mesmo solo que Sócrates, Platão e Aristóteles. Fazer os mesmos caminhos que a rainha Victoria fez na Inglaterra, bem mais recentemente. Sou fã incondicional da Rainha Victoria. Lembra? Foi rainha porque era a única descendente do rei, seu tio. Tinha 18 anos e assumiu o trono, só perde em reinado longevo – reinou 63 anos e 216 dias - para a rainha Elizabeth, sua tataraneta, que foi coroada há 67 anos e seis meses... Há dois anos tive o privilégio de entrar no Palácio de Buckingham. Havia uma mostra de vestidos da Rainha e outras peças de roupas da Família Real em exposição. As roupas me interessavam, mas a atração maior foi conseguir visitar as salas mais famosas do local, onde elas estavam expostas. Fui à Sala do Trono, por exemplo. Vi o carro vinho que ela usa para se transportar de um lado a outro. Andei pelos corredores, fui a salas imensas, todas elas conhecidas, dos filmes que acompanhei.

Nem bem cheguei em Londres, vi anunciada exposição da Família Romanov. No Buckhingham Palace. Pela segunda vez vou entrar no magnífico palácio... As menções sobre Alexandra Feodorovna, a bela neta da rainha Victoria, Czarina da Rússia já são minhas conhecidas, mas claro que eu vou. Se bem que corro o risco de chorar. História triste a dela e da família inteira, embora não possa culpar o povo russo. Melhor dizendo, os bolcheviques, de terem feito o que fizeram, com tanto sofrimento que a elite russa provocou nas pessoas. Vidinha besta a de Alexandra. Andava coberta de jóias, de belas pérolas, magníficos diamantes, esplêndidos rubis, safiras e esmeraldas. No Inverno russo as peles que usava eram um claro abuso aos trapos que o povo punha no corpo para se defender das baixas temperaturas. Foi infeliz o tempo todo que morou na Rússia. O povo russo nunca a aceitou, por sua origem germânica. Demorou quatro filhas para pôr no mundo o herdeiro da coroa, e quando o fez, o principezinho era hemofílico. Ela o superprotegia. Ligou-se e se tornou dependente do místico Rasputin, que a manipulava. E o fantasma de Mathilda, a bailarina do Bolshoi amante e paixão do Czar Nicolau na juventude, certamente a atormentava. Dois filmes imperdíveis narram estas histórias: Nicolau e Alexandra (1971) e Rasputin, (1996). Agora, com licença, vou ao Buckingham conferir. Depois eu conto.

 

Lúcia Helena Maníglia Brigagão
Jornalista, escritora, professora
luciahelena@comerciodafranca.com.br 
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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