Eleições

Lembra? Ainda no século XX, em 1989, após jejum de 27 anos, voltamos a escolher diretamente o presidente.

21/09/2018 | Tempo de leitura: 2 min

Lembra? Ainda no século XX, em 1989, após jejum de 27 anos, voltamos a escolher diretamente o presidente. 22 candidatos disputam a eleição, com campanhas marcadas por brigas e acusações em praça pública. O “Caçador de Marajás” Fernando Collor, de partido nanico, derrota o líder sindical Lula no segundo turno. 1994. O favorito é Lula, do PT. Mas a popularidade de Fernando Henrique Cardoso, responsável pelo Plano Real lançado poucos meses antes da eleição, dispara. Lula, seu crítico mais feroz, afunda, e FHC, do PSDB, vence as eleições. Começa a Era Tucana. Incontáveis escândalos, como a denúncia de compra de votos, marcam o período da aprovação da emenda da releeição. 1998. Volta FHC, que novamente teve Lula como adversário. Depois da posse, confirmando boatos durante a campanha de desvalorização recorde, o real despenca. E, com a queda, acontece a ascensão de Lula. 
 
Chega o Novo Milênio, tem início a Era Petista. 2002. Lula muda a imagem. Compromete-se a apoiar o Plano Real; escolhe José Alencar, empresário, como vice. Valendo-se de campanha milionária feita por marqueteiros de primeira linha, acalma o mercado e se elege. 2006. Lula se candidata novamente, faz acusações. Apesar dos escândalos como o Mensalão, prisão de assessores do PT, denúncias de corrupção e lama por todo lado e em todos os escalões do governo, surpreendentemente é reeleito. 2010. No auge de sua popularidade, exaltada, mantida e abafada por intensas campanhas de marketing que acobertam os escândalos de corrupção do período, Lula lança e elege como sucessora Dilma Roussef, primeira mulher a presidir o Brasil. 2014. Doações de empresas acusadas de corrupção na Lava Jato sustentam as campanhas mais caras e acirradas da história política brasileira. Eduardo Campos pretendente à disputa, morre em acidente aéreo. Marina Silva desponta e despenca quase ao mesmo tempo. Aécio Neves é derrotado com apenas 3,28 pontos percentuais a menos que Dilma, que é reeleita. 
 
2018. Vem aí a mais decisiva, frenética e indefinida de todas as eleições da história da República, marcada por intensa movimentação petista nos bastidores para influenciar a disputa e tentar vencer de qualquer maneira. Há milhões de indecisos, o que impede prospecção dos resultados. Há milhões de eleitores que alegam incompatibilidade ou empecilho para votar nesse ou naquele candidato. Sobejam alegações e argumentos que vão da discordância ideológica até a simpatia ou antipatia pessoal por eles. O momento é grave. Segundo o site O Antagonista, “ou o país retoma as rédeas do crescimento com aprovação das reformas estruturais necessárias para resgatar a economia do limbo ou retrocede à antiga matriz populista, responsável pelas atuais mazelas como desemprego, inflação, falência da indústria e total desajuste nas contas públicas.” Simples assim. Votar em branco é covardia. Fidelidade ideológica, com esse panorama? Melhor trair minha ideologia que desperdiçar meu voto. Sinto-me à beira do precipício. Ou tenho coragem de enfrentar e aposto votar no mais forte, ou voto no diabo e ajudo a acabar com tudo.
 
Lúcia Helena Maníglia Brigagão
Jornalista, escritora, professora
luciahelena@comerciodafranca.com.br

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