Escolhas

Acabou a Copa, pelo menos para nós e os ingleses, é hora de voltar ao batente, à normalidade, ao feijão com arroz de nossas vidas,

13/07/2018 | Tempo de leitura: 3 min

Acabou a Copa, pelo menos para nós e os ingleses, é hora de voltar ao batente, à normalidade, ao feijão com arroz de nossas vidas, certo? Errado. Vêm aí eleições, acontecimento muito mais importante para o povo, que partidas de futebol. Menos divertidas e bastante diferentes, porque quem entra em campo se preparou física, mental e moralmente, enfrenta, ou enfrentará, opinião pública que, nesse caso pesa e, pego na mentira, leva ferro porque o torcedor não perdoa. Ao contrário, quem se candidata a cargo público às vezes tem ficha imunda, pode até estar preso cumprindo pena que sempre terá acólitos a lhe defender, a lhe garantir salvaguarda. Interesses escusos é que não faltam na política, mesmo sob a capa de garantia de direitos, sejam eles constitucionais, inconstitucionais, metafóricos ou ajustados aos interesses do momento. 
 
Nestes tempos de internet, vídeos e textos alertam sobre os perigos da má e irreversível escolha de nossa parte dos políticos nos quais depositaremos expectativas e esperanças. Em cena presenciada por familiares, na quinta-feira última, durante vôo de Curitiba a São Paulo, senhor de 81 anos pediu licença e se dirigiu aos outros passageiros pelo sistema de som interno do avião, para compartilhar e-mail com mensagem oportuna e importante que recebera, justificou. Propôs que doravante, nas eleições, optemos por caras novas. Isso fará que muitos dos atuais vereadores, deputados, governadores, senadores, presidentes não sejam reeleitos. Com isto estaremos desmanchando as quadrilhas que operam livremente na área política municipal, estadual ou federal. Outro aspecto importante, disse ele, é que muitos dos políticos, se não reeleitos, perderão o foro privilegiado que lhes garante justiça igualmente privilegiada. 
 
Exemplo citado por ele, crimes cometidos por políticos dos altos escalões federais são julgados pelos onze ministros do Supremo Tribunal Federal, que foram escolhidos pelo presidente da República e referendados pelo próprio Senado e Câmara. Tal ligação os livra de qualquer punição indesejada e os torna invulneráveis, blindados contra a cabível justiça. Vergonhoso, mas o fato de muitos dos políticos que a mídia aponta e prova serem corruptos, estão reconhecidamente comprometidos com os Juízes Federais, a principal das razões da impunidade dos políticos brasileiros. Vamos desmanchar as quadrilhas, disse o passageiro, votando em caras novas. Outra sugestão dele, foi com relação ao voto feminino. Disse que as mulheres constituem a maioria da população brasileira, que têm apenas 11% de representação. Além de escolherem caras novas, que mulheres escolham mulheres, porque além de tudo elas têm olhar diferente para as coisas, e que “este olhar está fazendo muita falta”. 
 
Sonho com candidato destemido, corajoso, com conhecimento e discernimento para saber quem colocar em postos chaves. Que esteja disposto a diminuir número de ministérios, desinchar a máquina pública, saber ser exigente, priorizar Educação e Saúde. Que não se impressione com sua própria imagem, que não seja bonzinho mas não me envergonhe com atos de covardia. Que não esteja envolvido com, nem se alie a bandidos. Que respeite tanto a propriedade alheia, quanto a pública. Voto em branco eu não me admito. Aguardo. Milagres sempre podem acontecer.
 
Lúcia Helena Maníglia Brigagão
Jornalista, escritora, professora
luciahelena@comerciodafranca.com.br

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