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Semaninha de grandes convulsões. Primeiro, as notícias do fiasco da caravana lulista ao Sul, rechaçada a fogo e ferro por gaúchos de lenço

23/03/2018 | Tempo de leitura: 3 min

Semaninha de grandes convulsões. Primeiro, as notícias do fiasco da caravana lulista ao Sul, rechaçada a fogo e ferro por gaúchos de lenço vermelho no pescoço que deixaram o chimarrão de lado e partiram para o confronto, exigindo a retirada de invasores e depredadores do patrimônio alheio. Depois, a cena lamentável do bate-boca entre ministros do Supremo, bastante comentada pelos próprios pares, pelos contribuintes que pagam seus salários — inclusive o auxílio moradia; por jornalistas e comentaristas políticos; pitaqueiros em geral, como eu, que ficam à caça de informações nas publicações virtuais e materiais. Sobejaram depoimentos de reprovação de profissionais que também têm a Constituição como Bíblia, seus seguidores e guardiães, e das pessoas que defendem a ética e hierarquia na política. Quanto à invasão, pipocam vídeos mostrando a indignação brasileira.
 
Farpas, estocadas, acusações, baixarias mútuas trocadas durante o lamentável diálogo denunciam a que ponto chegaram educação e civilidade brasileiras. Discutir sobre ou avaliar os incidentes é difícil, escolher ou concordar com alguma argumentação, também. O nível de educação e respeito está muito baixo no trato geral entre os brasileiros — vide trânsito; convivência de alunos, pais e professores; médicos e pacientes, eleitores e representantes políticos. Há exceções, felizmente, e são elas que não nos deixam desacreditar de todo. Particularmente achei lamentável tanto presenciar a lavagem de roupa suja entre figuras públicas que deveriam ter perfil imaculado, quanto ver a baixaria e a que ponto chegou a mais alta corte brasileira. Mas, cá entre nós, o contra ataque verbal do ministro ao intragável GM, lavou minha alma. Se cantei no carnaval a marchinha “Me solta”, que ironizava e achincalhava a figura que deveria ser impoluta e de moral absolutamente ilibada, o memorável discurso do Ministro Barroso concluiu meus pensamentos. 
 
Em países mais adiantados que Venezuela, Bolívia e Cuba cujos modelos de administração não queremos, o cidadão desconhece a maioria dos nomes dos profissionais da lei, entre eles o daqueles que equivalem em função, aos nossos Ministros da Justiça. Lá, são profissionais respeitadíssimos, sérios, suas atividades se restringem ao cumprimento, à guarda e garantia dos direitos do povo e asseveram que norte-americanos, canadenses, ingleses, franceses, suíços, habitantes da Escandinávia, entre outros, sejam respeitados, assistidos e assegurados. Não há interferência de partidos políticos nos julgamentos. No Brasil, os votos dos ministros são antecipados pela imprensa, especula-se a opinião de cada ministro nos julgamentos de políticos, amigos, apadrinhados de casamento, compadres deles. Pode-se apostar, cada ministro obedece às determinações do partido do presidente da República que o nomeou. Triste demais. O povo que descrê da equipe que cuida de sua integridade e de seus direitos, não pode dizer que mora num país decente. 
 
A principal Corte de Justiça brasileira está podre. O Poder Executivo está falido, O Poder Legislativo está enlameado. O Poder Judiciário, decadente. O eleitor brasileiro está em maus lençóis. O panorama sugere que é melhor pedir asilo na casa do Gilmar Mendes que, segundo circula nos blogs confiáveis, transferiu-se de mala e cuia para Portugal, embora continue empregado aqui. Qualquer Poder, de maneira geral, inebria e embriaga.
 
Lúcia Helena Maníglia Brigagão
Jornalista, escritora, professora
luciahelena@comerciodafranca.com.br

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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