50 anos

Em 1967 a Faculdade de Ciências Econômicas de Franca colocava no mercado de trabalho 25 jovens profissionais. Entorno confuso e diferente

09/02/2018 | Tempo de leitura: 2 min

Em 1967 a Faculdade de Ciências Econômicas de Franca colocava no mercado de trabalho 25 jovens profissionais. Entorno confuso e diferente das décadas anteriores, eles serão testemunhas e agentes de mudanças e acompanharão acontecimentos que transformarão o país e a cidade.
 
1967. Hélio Palermo é prefeito de Franca. Abreu Sodré, Governador do Estado. Jorge Cheade, diretor da Faculdade, Wilson Sábio de Mello, paraninfo e Paulo VI, o Papa. Começa a circular o Cruzeiro Novo, equivalente a mil cruzeiros antigos. O Palmeiras é Campeão Brasileiro de Futebol. A Guerra do Vietnã, iniciada em 1955, continua e faz nascer o Movimento Hippie. Castelo Branco morre em acidente aéreo, meses depois de deixar o poder e Costa e Silva assume o país, que entra em negro período de repressão e medo. A imprensa e a produção artística passam a ser censuradas, a população proibida de se manifestar. Entra em vigor a 6ª Constituição Brasileira, que vigora até 1988, à qual seriam acrescentados Atos Institucionais, normas elaboradas pelos comandantes das forças armadas. O Brasil passa a ser chamado República Federativa do Brasil. 
 
Morrem três astronautas americanos durante teste da Apolo I. A Guerra dos Seis Dias, conflito armado entre Israel e os países árabes vizinhos muda o cenário geopolítico do Oriente Médio. A indústria automobilística nacional lança o Ford Galáxie. Christian Barnard, realiza o primeiro transplante de órgãos. No Brasil, as capas das revistas de celebridades trazem sobretudo ídolos da Jovem Guarda, movimento musical de maior popularidade da segunda metade dos anos 60 no Brasil. Roberto Carlos, Caetano e Gil já existem. Brasileiros brilham nas manchetes internacionais: Villa-Lobos, Tom Jobim, Pelé, Oscar Niemayer, Juscelino Kubistchek. Jorge Amado e Carlos Drummond são indicados para o Nobel de Literatura. Mamães, com os olhos em novas oportunidades de trabalho fora de casa, continuam na cozinha e ainda sonham com enceradeiras, aparelhos de televisão, lavadoras de roupa. O microondas continua desconhecido no Brasil. A revista Realidade para de circular. Vencedoras de festivais da canção, A Banda, de Chico Buarque e 
Alegria, Alegria, de Caetano Veloso caem no gosto popular. Pela televisão, famílias assistem Família Trapo e novelas com Francisco Cuoco, Glória Menezes e Tarcísio Meira.
 
Nas telas dos cinemas francanos desfilam celebridades como Paul Newman, Alain Delon, Brigitte Bardot e Jane Fonda. E James Bond. Aos sábados e domingos, na sede urbana da AEC, há grande concentração de jovens que vão dançar ao som do Laércio ou Superpanorâmico. Burlando a vigilância das tias e das mães, dançam de rosto colado. Os Beatles lançam Sgt Pepper’s e junto com Rolling Stones, Pink Floyd e Jimi Hendrix, fazem daquele, o ano essencial para a história do rock. Rita Pavone, Sergio Endrigo, Nico Fidenco e Peppino Di Capri embalam sonhos dos apaixonados. As saias femininas sobem até o limite do inimaginável. Cinquenta anos. Mas parece que foi ontem.
 
Lúcia Helena Maníglia Brigagão
Jornalista, escritora, professora
luciahelena@comerciodafranca.com.br

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