Credo!

Abdelmassih, Roger é o nome de bandido, médico ginecologista, condenado a 278 anos de prisão em novembro de 2010, acusado de 56 estupros

08/12/2017 | Tempo de leitura: 2 min

Abdelmassih, Roger é o nome de bandido, médico ginecologista, condenado a 278 anos de prisão em novembro de 2010, acusado de 56 estupros. Em agosto de 2009 prenderam-no, mas em dezembro do mesmo ano, liminar do então presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, determinou que aguardasse a sentença em liberdade. Entre uma peripécia e outra, ficou foragido por três anos, foi descoberto no Paraguai, preso em Assunção. Advogados pediram, mas não conseguiram que o monstro cumprisse parte de sua pena de 182 anos em regime domiciliar, apesar dos seus 71 anos. Em setembro de 2017 os advogados pediram e Ricardo Lewandovski autorizou que ele cumprisse a pena em casa. Está novamente atrás das grades. 
 
Não entendi bem algumas atitudes recentes da mais alta magistratura do país, representada por estes juízes. Não sou advogada, nunca estudei leis, justificava assim, mas os recentes acontecimentos na esfera federal e as mais estranhas decisões envolvendo bandidos do colarinho branco, têm-me feito descrer e duvidar da justiça brasileira, ainda que sem embasamento acadêmico. Coisa assim do bom senso e do meu antigo respeito pelas figuras do juiz, do advogado e do médico tal qual aprendido em casa. Sou de um tempo em que nos palanques oficiais dos desfiles de Sete de Setembro, nas mesas de honra da entrega de diplomas, sentavam-se o Prefeito, o Juiz de Direito, o Delegado, e o Delegado de Ensino. Eram estas as principais autoridades municipais, dos municípios do Oiapoque ao Chuí. Eram tratados com respeito, deferência, honra. Recentemente Gilmar Mendes vestiu-se de mortal e foi ao estádio para ver seu time jogar. Notada sua presença, ninguém lhe tirou o chapéu, mesmo porque nem chapéu se usa mais, mas foi ovacionado com entusiasmo, com gritos de “Ladrão! Ladrão!”. Fiquei chocada, não vou discutir o mérito, nem se eu gostei da vaia, mas a ovação daquele dia dirigida a um juiz, confrontada com minha experiência antiga, foi chocante. 
 
Falando em choque, o papel de muitos dos advogados atuais na defesa dos bandidos de colarinho branco. Um bom advogado era aquele que defendia o acusado e, por mérito de seu conhecimento das leis, habilidade na retórica, conseguia sentenças justas. Justas, de justiça, sabe como é? No passado, até o assassino de família de sobrenome importante da mártir Maria Conceição de Barros, teve sua pena decretada e não foi levinha, não. O anedotário atribuído a advogados de defesa francanos de outras gerações daria um livro interessante, mas nenhum, que eu saiba, ficou milionário defendendo ladrões do patrimônio público, ou acusados de desvio de dinheiro público, ou criminosos, por exemplo, como aquele que mandou matar Celso Daniel. Os novos milionários da advocacia envergonham os advogados antigos que se preocupam com questões morais deste tipo? Não sei a resposta e duvido que a Santíssima Trindade referida acima, possa dá-la.
 
Lúcia Helena Maníglia Brigagão
Jornalista, escritora, professora
luciahelena@comerciodafranca.com.br

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