Esperança

A Primavera no Brasil começou ontem. As flores desabrocharão e a temperatura, desgosto meu, se elevará. Vêm aí dias nem tão frios,

22/09/2017 | Tempo de leitura: 2 min

A Primavera no Brasil começou ontem. As flores desabrocharão e a temperatura, desgosto meu, se elevará. Vêm aí dias nem tão frios, nem tão quentes. Isso, na temperatura ambiente, porque na da política e na da situação social — Brasil e mundo — os termômetros deverão explodir. E oxalá o Planeta mantenha sua integridade. Minha geração atravessou décadas conturbadas, chegou nestes dois mil, driblando a adversidade e com muita sorte. Nascemos nos anos seguintes ao fim da Segunda Guerra Mundial, quando o mundo pagava o preço das desavenças e arbitrariedades cometidas por gente e contra gente que só conheceríamos em livros e revistas. Tão sangrenta e cruel quanto a Primeira Guerra, a Segunda deixou destroços materiais, fora a dor do extermínio de milhões de criaturas, e de outras que chamam heróis, mortos em nome de nacionalismo, patriotismo, dever, ideologia, ainda hoje reverenciadas, homenageadas, louvadas. Mortas a maioria, em seguida a sofrimento, dor e horror. Vimos tudo isso. E o ser humano não emenda. 
 
Auto-colocado no top da escala zoológica, define-se como ser racional, apto a escolher e criar; ser que pensa e é capaz de ensimesmar-se; de se imaginar no lugar do outro; de sentir empatia e compaixão. O ser humano surpreende. Muitas vezes salta por sobre estas características e se torna animal irracional da pior espécie. Cardápio variado: tem nele Hitler, Pot, Pinochet, Kim Jong-il, Mao Tsé-tung, Jorge Videla, Saddam Hussein, cujas maldades são conhecidas. Mas tem, ainda, Haile Mariam, da Etiópia, que deixava corpos de crianças ao céu aberto para serem comidos por animais; Mugabe, do Zimbabue, acusado de matar vinte mil civis por não terem votado nele; Leopold II, rei belga, que autorizou estupros, seqüestros e a morte de 8 milhões de pessoas, com olhos nas suas riquezas do Congo; Idi Amin Dada, da Uganda, responsável pelo estupro e mutilação de seios de mulheres que não se submetiam à sua vontade; Bokassa, responsável por canibalismo e tortura infantil. Para provar que desgraça pouca é bobagem, ainda tem Maduro; as duplas Bush& Tony Blair — responsáveis, segundo os ingleses, pela crise no Oriente Médio — e Trump & Kim Jong-um que poderão exterminar, por estes dias, a raça humana e seus vestígios. 
 
De vez em quando, para alento da humanidade, nasce um Sir Nicholas Winton, cidadão inglês responsável pelo resgate de 669 crianças, a maioria judia e destinada aos campos de extermínio. Retirou-as da Checoslováquia durante o Holocausto, abrigou-as em lares ingleses. O mundo só soube desse ato heróico mais de 50 anos depois. Do que disse em entrevista, ao ser sagrado Cavaleiro, há duas afirmações pontuais. “Se algo não é obviamente impossível, então deve haver uma maneira de fazê-lo.” e “Não adianta olhar só para o passado.” Serviram-me de estimuladores para olhar e ir em frente apesar das adversidades, mesmo que isso signifique encontrar com Lula e Dilma, responsáveis pela morte dos sonhos de 11 milhões de brasileiros desempregados. Talvez a humanidade ainda tenha jeito. E essa esperança me devolve algum alento.
 
Lúcia Helena Maníglia Brigagão
Jornalista, escritora, professora
luciahelena@comerciodafranca.com.br

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