Considerações

Moleque sortudo aquele que agrediu a professora de Santa Catarina, que postou fotos toda machucada na rede social e o post

25/08/2017 | Tempo de leitura: 2 min

Moleque sortudo aquele que agrediu a professora de Santa Catarina, que postou fotos toda machucada na rede social e o post espalhou feito rastilho de pólvora pela internet afora, provocando revolta e mal estar. Sorte de não ter nascido alguns anos antes, naquela época em que os pais educavam seus filhos na base de, pela ordem: muito amor, muita conversa, muita reprimenda, muito castigo, cascudos, puxão de orelhas, alguns tapas e, se nada evoluísse, uma surra, das bem dadas. Do cascudo para frente hoje estão proibidos, ai da gente se ousar encostar a mão num filho, ou num menor de idade, embora maior em tamanho e malandragem. Tivesse nascido naquela época, o bandido que agrediu a professora hoje estaria sem os dentes, sem cinema, sem barzinho, sem internet e sem celular. E ficaria assim um bom tempo. 
 
Nessa época de mídia rápida, de notícias que voam, descobriu-se porém que a professora escreveu e postou textos nos quais afirma sua posição política de esquerda e considera as agressões contra alguns políticos reação normal de povo oprimido, não se tratando absolutamente de agressão, mas de revolta, que ela aprova e aceita. Então as manifestações anteriores de simpatia foram substituídas por outras do tipo tomou o que merece, se é de esquerda está provando do próprio veneno. Não sei o que tem uma coisa a ver com a outra. Agressão é agressão e não tem justificativa nem em um caso, nem no outro. Sair dando bordoadas ou concordar que sejam dadas não é nada democrático. O caso continuará gerando polêmica. Deputados se manifestarão por mais algum tempo sobre quem teria razão, trocarão ofensas, discutirão, as pessoas darão seus pareceres na internet, comentaristas opinarão. Todo essa mobilização pelo caso, sugere que não estamos enfrentando uma baita crise de ética no Poder Legislativo, no Poder Executivo e até no 
Judiciário, que em alguns casos, descambou. Queremos moralizar o país e seus habitantes? Está em nossas mãos. 
 
Precisamos aprender a exigir e garantir leis mais eficazes, com aplicação efetiva dessas leis, com imparcialidade e justiça. Precisamos exigir que as Leis valham para todos, indistintamente. Precisamos exigir qualidade para a Saúde Pública. Precisamos de Educação de mais qualidade, em todos os níveis. Precisamos de gente mais honesta nos postos chaves da nação. Precisamos aprender a votar. Precisamos varrer políticos canalhas para fora da proteção de seus casulos e não aceitar passivamente que governem com critérios escusos. E aprender a dizer Não. Não ao Distritão; Não à Bolsa Eleição, por exemplo. Precisamos valorizar muito mais os professores, garantindo-lhes dignidade no cargo, e dar mais autonomia para os pais educarem seus filhos. Precisamos exigir que se mudem as regras de aplicação do nosso Código Penal e retirar a peja que colou e envergonha o Brasil, quando identificado como “País da Impunidade”. Sobretudo, precisamos voltar a ter vergonha na cara.
 
Lúcia Helena Maníglia Brigagão
Jornalista, escritora, professora
luciahelena@comerciodafranca.com.br
 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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