Mães

Mulher passa por metamorfose geral no processo de tornar-se mãe. Interna e externamente. Começa com a emoção de, ao pé da letra,

12/05/2017 | Tempo de leitura: 2 min

Mulher passa por metamorfose geral no processo de tornar-se mãe. Interna e externamente. Começa com a emoção de, ao pé da letra, produzir outro ser; passa pela experiência de sentir algo se movimentar dentro dela, e não termina nunca, nem quando o bebê nasce. Tem um lado ruim o processo de gerar o filho, provocado pelo medo: do desconhecimento total do resultado final; o desconforto físico; aumento da barriga que atrapalha o sono; aparecimento de estrias; nariz e boca inchados; peso nas costas; medo da dor do parto, pra ficar só nisso. Tem o trauma do pós-parto provocado por causas exteriores, como o desconforto geral, mas principalmente pelas interiores, como o medo do tamanho da responsabilidade pela vida e orientação daquele ser, obra sua, literalmente. 
 
Desse período em diante, Mães aprendem a avaliar significado e extensão da expressão nunca mais. Nunca mais dormir direito. Nunca mais dispor do seu tempo ou garantir presença em quaisquer eventos. Nunca mais ter sossego ou tranqüilidade, ou certezas absolutas ou quanto tempo falta para ela poder ir ao banheiro e poder fechar a porta novamente, ou usar na totalidade o que orgulhosamente chamava de livre arbítrio. Nunca mais decisões irrevogáveis. Nunca mais ouvir o telefone tocar na madrugada, sem imaginar coisas ruins acontecendo com o filho. Nunca mais liberdade geral, total e irrestrita. Nunca mais ouvir tosse, sem pensar em pneumonia; ou alergia, sem temer edema de glote. Depois de fazer um filho, há mudança geral nos propósitos, objetivos, na forma de ver a vida, até na compreensão do sentido de viver, em sua extensão. A vida vira de ponta cabeça. Lá na frente, a volta à quase normalidade. Os filhos crescem, se tornam autônomos, se fortalecem, manifestam sua personalidade, tomam seus caminhos, buscam seus interesses, os filhos vão... 
 
E nós também vamos. Vamos procurando viver ao lado deles, amparando-os, sem sufocá-los. Vamos buscando resgatar o que foi deixado de lado para benefício deles. Vamos aprendendo com eles, ao invés de ensinar. Vamos nos capacitando na arte de dividir, até mesmo suas atenções. Vamos acrescentado às nossas vidas seus amores. Vamos desenvolvendo em nós a virtude da Paciência e a arte da Tolerância. Vamos aprendendo a esticar a mesa para botar um lugar a mais, sempre que tenha gente extra para as refeições, ou encolhê-la, sem problema, se eles não vierem. Vamos vivendo, aprendendo a esperar. Aliás, esperar e mais um monte de coisas. Entre elas, que eles voltem multiplicados e anunciem sua chegada ruidosamente para quebrar a monotonia da vida da gente, depois que eles tomam seu rumo. Se você sabe do que estou falando, você é mãe, então, “Feliz Dia das Mães” para você.
 
Lúcia Helena Maníglia Brigagão
Jornalista, escritora, professora
luciahelena@comerciodafranca.com.br

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