Trânsito

Caos é “estado de absoluta confusão, confusão extrema e irremediável”. O tráfego em Franca está um caos. Motoristas de carros, ônibus, vans

21/04/2017 | Tempo de leitura: 2 min

Caos é “estado de absoluta confusão, confusão extrema e irremediável”. O tráfego em Franca está um caos. Motoristas de carros, ônibus, vans, caminhões e motos endoidaram. Só em casa, em duas semanas, contabilizo dois acidentes que, felizmente, deixaram apenas danos materiais e algum trauma no motorista vitimado, xingado e ofendido pelos causadores do, como diz a seguradora, sinistro.
 
A frota de carros de Franca divide-se em três categorias. Primeira, carros normais, com impostos, revisões, acessórios e funcionamento em perfeito estado e em dia. Carros mais ou menos, com alguns impostos pagos, quase nenhuma revisão e muitos acessórios com defeito ou em falta, considerados desnecessários ou quase, como pisca alerta ou luzes em geral. Terceira, a dos Fórmula Zero, que andam por milagre, conduzidos por motoristas autistas, responsáveis pela maioria dos acidentes cuja responsabilidade jamais assumem e dos quais se safam alegando não ter dinheiro. A categoria motos merece referência especial. Na hora do rush, aparecem como enxames, surgem de todos os lados, brotam do chão, cortam a frente dos veículos, buzinam desesperadamente, atravessam sinais fechados. Por conta do anonimato dos capacetes, não raro saem gesticulando e fazendo sinais obscenos.
 
Sinal amarelo dos semáforos, no mundo inteiro é convenção para alerta. Em alguns países, ao vê-lo o motorista até para seu veículo. Particularmente em Franca é entendido como vai-que-dá. Às vezes não dá. Na maioria das vezes, não dá. Falando em semáforos, a observar o quanto são ignorados, poucos motoristas aprenderam a interpretá-lo. Aliás, convenções internacionais de trânsito como mão, contra-mão, proibido estacionar, indicações de limites de velocidade, em Franca, para a quase totalidade dos habilitados para dirigir, não fazem o menor sentido. Antigamente, ao sairmos de casa, nossos pais nos abençoavam. Hoje, a gente se despede. Nunca se sabe. 
 
Sobre a índole do motorista francano, há muito o que dizer. Por ora, tomara que o novo responsável pelo trânsito francano perceba o grau de ferocidade existente no nosso puro ar. Tomara que seja técnico, tenha muita experiência no assunto, tenha observado e analisado muitos outros trânsitos similares, que já tenha ido a lugares onde matar alguém — ou morrer atropelado - não é simplesmente considerado fatalidade. Tomara que saiba quão grande é sua responsabilidade e a de quem o escolheu e nomeou.
 
Lúcia Helena Maníglia Brigagão
Jornalista, escritora, professora
luciahelena@comerciodafranca.com.br

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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