Preparativos

Nem falta tanta coisa assim. É tirar os pacotes das prateleiras, desembrulhar, limpar conteúdos e, com eles, montar a árvore, colocar luzinhas, bolas

18/11/2016 | Tempo de leitura: 2 min

Nem falta tanta coisa assim. É tirar os pacotes das prateleiras, desembrulhar, limpar conteúdos e, com eles, montar a árvore, colocar luzinhas, bolas, laços e fitas. Depois, fazer as listas. A de presentes, para quem estará presente nos festejos; a de gêneros e suprimentos do que será preparado na cozinha. Os filhos, embora adultos, tocados pela magia e alegria da data, assim como não quem não quer nada, avisam que também porão seus sapatos sob a árvore, ao lado daqueles de tamanho menor, os dos próprios filhos. 
 
Natal tem essa capacidade de nos fazer sonhar e voltar no tempo. No entusiasmo, também colocarei meu sapatinho ao lado dos outros, igualmente à espera do bom velhinho. Para que ele não tenha trabalho ao escolher meu presente, deixo aqui a lista de meus desejos. Um, poucos, a maioria ou todos, ficaria a critério dele. Ficaria feliz com o que viesse e faria bom uso. Não é minha a descoberta de que “ao mudar as atitudes internas de suas mentes, os seres humanos podem mudar os aspectos externos de sua vida”. Aos pedidos, pois. 
 
Peço, encarecidamente, que Papai Noel me presenteie com pacote recheado de Tolerância. Pode vir em drágeas, cápsulas, xarope que seja, só peço que seja grande, para poder repartir com amigos. Ia pedir Paciência em separado, mas as duas virtudes andam juntas, siamesas que são, indissociáveis. Que venham juntas. Prometo usar bem minha parte, e dividir com filhos, amigos, parentes e conhecidos que também se mostram carentes. 
 
Pedi Tolerância, Paciência, acrescentaria Maleabilidade ao pacote. Penca será bem-vinda. Tamanho grande. Com tais ferramentas poderei enfrentar 2017 com algum fôlego, coragem, bravura e perseverança. Noticiários e expressão de desdém e menosprezo dos envolvidos nos casos de corrupção política, despertaram insuspeitável lado sombrio e sanguinário da minha personalidade. 
 
No pacote não poderia faltar a imprescindível, indispensável, insubstituível e essencial Esperança, percebo. Nem que seja uma pitada. Mas que viesse em pacote separado, para poder grassar livremente. Esperança não combina com excesso de Tolerância — vira Preguiça; Esperança não se mistura com excesso de Paciência — senão se transforma em Negligência; e Esperança desanda se acrescida de muita Maleabilidade, e se torna Letargia. Aos preparativos, pois. 
 
 
Lúcia Helena Maníglia Brigagão
jornalista, escritora, professora
luciahelena@comerciodafranca.com.br 
 
 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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