BNDES

16 de março de 2016 ficará na memória dos brasileiros como sendo o dia em que ficou transparente mais outra forte e efetiva tentativa

18/03/2016 | Tempo de leitura: 3 min

16 de março de 2016 ficará na memória dos brasileiros como sendo o dia em que ficou transparente mais outra forte e efetiva tentativa de instalação da ditadura petista no País. Efeito da tramoia, Dilma Rousseff, como já se disse, passará a ser a primeira ex-presidente em exercício do mundo e seu comparsa Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro presidente no mundo a ser empossado como presidente, sem ter sido eleito. Vergonha pura. Sobre tais acontecimentos, “arbitrariedades do judiciário”, “criação de estado de exceção dentro do estado de direito”, veracidade das conversas grampeadas, protestos, vaias, panelaços, palavrões destinados aos políticos e palavrões devolvidos pelos políticos, opiniões, previsões, muitos serão os pareceres que virão de  analistas. Aguardo-os com ansiedade. Nesse momento, atenho-me a lúgubres pensamentos. O pior deles: o que acontecerá quando abrirem a caixa de segredos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)? 
 
Não dá para acreditar em tudo que está na mídia, mas onde há fumaça, comprovadamente, há fogo. Circula pelas redes sociais vídeo denunciando mais de três mil empréstimos milionários concedidos pelo BNDES entre 2009 e 2014 a outros países, cujos valores não chegaram ao conhecimento do contribuinte. Pelo menos ainda. Alguns deles: a Barragem de Moamba Major e os Corredores de Ônibus de Maputo, ambos em Moçambique;  Hidrelétrica de Tumarim, na Venezuela; Projeto Hacia El Norte Rurrenabaque-el-Chorro na Bolívia; Linhas 3 e 4 no metrô de Caracas, Venezuela. Há obras financiadas com nosso — meu, seu, dos nossos filhos — dinheiro, para minha surpresa, também no Peru, Argentina, Panamá. Não, não foi apenas a obra do tal porto em Cuba. Olhando o mapa das contribuições, sou levada a crer que  nos lugares onde houve um ditador, sobraram recursos do governo petista brasileiro para dar uma mãozinha. Teriam sido bilhões, repito, bilhões de dólares que saíram daqui através de empréstimos altíssimos sem que nós, que pagamos os impostos que geram o dinheiro do BNDES ficássemos sabendo o valor de cada um, o prazo de carência para resgate, as taxas de juros cobradas -  providências previstas em Lei para garantir o conhecimento dos contribuintes. Os sistemas de transportes de cidades como Salvador, São Paulo e Rio são falhos e insuficientes para a população, mas o de Caracas é muito bom, principalmente depois dos benefícios realizados com o dinheiro do BNDES. Teriam sido desviados para outros países — como nunca antes na história desse país — recursos que poderiam contribuir na melhoria da saúde, educação e transporte brasileiros. 
 
Milagre Brasileiro é, segundo o professor Alfredo Palermo, o fato de o Brasil com extensão geográfica tão grande, falar apenas um idioma em todo seu território. Milagre Econômico Brasileiro é denominação  dada à época de “excepcional crescimento econômico, durante o regime militar no Brasil entre 1968 e 1973”. Milagre econômico brasileiro recente é o que fez o grupo JBS crescer tanto, e em tão curto espaço de tempo. Há poucas décadas havia um pequeno curtume de beira de rio que nasceu pequeno, prosperou e foi o início do conglomerado hoje conhecido como JBS, considerado o maior produtor de carne bovina do mundo, presente no mercado com marcas expressivas como Seara e Friboi. A companhia opera no processamento de carnes suína, ovina e de frango.  Sabe-se que cresceu com financiamentos milionários do BNDES e foi a maior colaboradora da última campanha eleitoral federal.  Não se sabe o nome do ou dos verdadeiros dono do JBS hoje, e há rumores de que seria alguém ligado ao ex-presidente, perdão, ao presidente em exercício. Daí a pergunta difícil de responder: o que acontecerá quando as investigações, como já foi sugerido em cartazes no dia 13 de março, revelarem os segredos do BNDES?  Só resta esperar que surjam mais Moros para limpar esse país.
 
 
Lúcia Helena Maníglia Brigagão 
jornalista, escritora, professora – luciahelena@comerciodafranca.com.br  
 
 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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