Natal é dia, para o mundo cristão, de comemorar o nascimento de Cristo, fato que teria ocorrido em outra data, algumas vezes mudada. Nem a Bíblia indica, com precisão, data ou local desse nascimento. Mateus, por exemplo, só diz que Jesus nasceu em Belém da Judéia, no tempo de Herodes e em Lucas encontra-se apenas a informação que José subiu com Maria grávida de Nazaré para a cidade de Belém e, enquanto estavam lá, completaram-se os dias para o parto e ela deu à luz seu filho primogênito. O caminho percorrido por determinações de reis, sacerdotes e papas até o ponto no qual se investiu oficialmente o dia 25 de dezembro como sendo o dia do nascimento de Cristo é confuso, eivado de conotações religiosas e laicas. 

 

A partir de 274 d.C. Aureliano e sacerdotes do deus Sol passaram a comemorar em Roma a festa denominada natalis solis invicti no dia 25 de dezembro, na qual se cultuava o deus que tinha características de Mitra, deus do Sol, da Sabedoria e da Guerra na mitologia persa. Constantino, imperador que se converteu ao cristianismo, também cultuava essa mesma deidade. Curiosidade, em 7 de março de 321, ele estabeleceu que o primeiro dia da semana seria dedicado ao Sol (Sunday, no inglês, lembra?). No hemisfério norte, o período anterior e posterior ao 25 de dezembro é época do solstício de inverno, quando se realizavam festas onde era destacada a figura do grande astro. Os cristãos tentaram — e conseguiram — substituir essa celebração profana e irreverente pela festa do próprio Deus, luz do mundo. Finalmente, em 335, a igreja oficializou a celebração do Natal no dia 25 de dezembro. 

 

A lenda do Papai Noel é recente: não tem ainda um século de vida. Sua figura teria sido inspirada naquela do bispo nascido na Turquia em 280 d.C., homem de bom coração que ajudava os pobres ao deixar saquinhos com moedas, próximos às chaminés das casas. Foram tantos os milagres atribuídos a ele, que logo foi considerado santo, o São Nicolau. Na Alemanha, séculos mais tarde, sua imagem foi associada ao Natal e rapidamente espalhou-se pelo mundo. Tornou-se Santa Claus nos Estados Unidos, Papai Noel no Brasil e Pai Natal em Portugal. Usava roupas de inverno nas cores verde ou marrom, até que o cartunista alemão Thomas Nast, em 1886, vestiu-o de branco e vermelho, com cinto preto. Campanha publicitária nos anos 30 da Coca-Cola, cujas cores são as mesmas que as das roupas do Papai Noel, espalhou mundialmente sua figura, vestida como idealizou o cartunista. No mundo inteiro, é Papai Noel quem traz presentes no Natal para crianças que foram obedientes e se comportaram bem durante o ano. Sua figura está presente nas comemorações do Natal do mundo cristão, quando ele sai do Polo Norte, onde habita e, com seu trenó puxado por renas, entrega presentes em todas as famílias. 

 

Considero Natal um dia mágico. Gosto da movimentação, dos preparativos, até da correria. Boa italiana, adoro preparar comidas, a casa, montar árvore, na expectativa de receber família e amigos. Gosto de dizer ‘Feliz Natal!’, e o digo com sinceridade, na intenção de que nasça dentro de cada um a Alegria, Felicidade, a Paz e que aconteça a realização dos sonhos de quem abraço. Acho delicioso ver crianças abrindo pacotes e perceber nos seus rostos a surpresa diante do presente recebido. 

 

Fico emocionada com o momento da oração, ou invocação, de valores como Alegria, Amor, Tolerância e Paciência que a figura de Cristo representa para os cristãos. É quando sonho, desejo e almejo que a semente do Respeito e Amor ao Próximo brote no coração de todos nós. Feliz Natal para você, que me lê — ou não — nesse exato momento. Feliz Natal para todo mundo. 

 

 

Lúcia Helena Maníglia Brigagão

jornalista, escritora, professora - luciahelena@comerciodafranca.com.br