No dia em que o argentino Jorge Bergoglio, o papa Francisco, recebeu o anel e as vestes de São Pedro, tomando posse como primeiro papa latino-americano, cresceram em Batatais os comentários de que o pontífice teria parentes na cidade. A suposta sobrinha-neta, que tem 34 anos, confirmou o parentesco em um post numa rede social e também reclamou do assédio que tem sofrido nos últimos dias.

Argentina e moradora em Batatais há pelo menos nove anos, a mulher cursa letras português-espanhol na Unifran (Universidade de Franca) e seria católica fervorosa.

Segundo o padre Ronaldo Alexandre Leone, pároco da igreja que ela frequentou por muitos anos, a suposta sobrinha do papa mantém participação ativa em comunidades católicas locais. “Ela sempre foi muito participativa, frequentava as paróquias de Santa Luzia e de Nossa Senhora de Fátima. Depois ela começou a estudar e passou a participar da comunidade Imaculado Coração de Maria, que é mais próximo a casa dela”, disse o padre.

Ontem, a mulher sustentou a decisão de manter a discrição. Ainda segundo o padre, a postura da suposta sobrinha-neta condiz com a linha de humildade e preferência por simplicidade do novo papa. “Ela tem dito que não gostaria de aparecer porque, para ela, o importante é que a família sabe que existe o parentesco. Às vezes, tem quem ache que [aparecendo] ela poderia estar querendo se promover”, afirmou o padre, completando que quando assumiu a paróquia, há nove anos, ela já havia se mudado da Argentina para o Brasil.

Além disso, a relação dela com o pontífice seria distante. “Acho que ela nem chegou a conhecê-lo, ou, se o viu, ainda era muito criança. O papa vem a ser tio do pai dela.”

A reportagem do Comércio tentou conversar com a suposta sobrinha de Francisco via e-mail, rede social, telefone fixo e celular, mas ela não respondeu aos contatos.