‘Não matei ninguém’, diz condenada a 132 anos


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Edna Emília Milani enquanto era retirada da viatura por policiais: julgamento de mais de 16 horas
Edna Emília Milani enquanto era retirada da viatura por policiais: julgamento de mais de 16 horas
Nenhum choro desesperado ou protesto. A jovem Edna Emília Milani, 24, condenada por 132 anos de prisão por participar do assassinato de cinco pessoas da mesma família em Batatais no começo de 2002 se manteve inerte durante todo o julgamento realizado na quinta-feira. Mesmo depois de ouvir a sentença, Edna não esboçou nenhuma reação. No carro da polícia que a conduziu de volta a São Simão onde ela passará os próximos anos, apenas uma frase: “Eu não matei ninguém”. Além dos jurados, quem se manteve até o final do julgamento na madrugada de ontem tem convicção de sua culpa. O clima de alívio dominou a platéia do tribunal do júri logo depois da sentença. “Valeu a pena esperar. Valeu passar o dia, a noite e a madrugada aqui para ouvir o resultado. A justiça foi feita”, disse Márcia Helena Botelho. Ela é tia de Carlos Fabiano Faccion que também deve ser julgado nos próximos meses pelo mesmo crime. Carlos, Edna e um menor, que na época tinha 13 anos, são os autores do crime que ficou conhecido por “Chacina de Batatais” e que chocou a cidade inteira. No dia 26 de março de 2002 foram mortos com golpes de barra de ferro e facadas os pais de Faccion, Maria Aparecida da Silva e Carlos Roberto Faccion, e três irmãos, Elaine Cristina, grávida de 9 meses, Lucas, de 14 anos, e Tália, de 4. Duas crianças agredidas, o irmão Luís Henrique, então com 7 anos, e a sobrinha Laira (filha de Elaine), com 3, perderam massa encefálica, mas sobreviveram. Luis Henrique Faccion, que hoje tem 11 anos vive com a tia. Luis Henrique e Laira recebem tratamento até hoje em busca da recuperação das atividades físicas e psíquicas normais. Psicólogos, fisioterapeutas, médicos, pedagogos e outros profissionais fazem o acompanhamento das crianças. PARTICIPAÇÃO Outro que permaneceu no Fórum até a leitura da sentença de Edna, foi José Dionísio Sobrinho, 49, pai do menor que atualmente tem 17 anos e é acusado de participar do crime. Dionísio foi um dos primeiros a chegar ao Fórum na manhã de quinta-feira. “Eu quero que ela saia daqui presa, pois se ela não for, terei muito medo dela na rua. Estou quase cego e tenho medo de ela me matar. Se eu enxergasse, ainda poderia correr”, disse. Terminado o júri, Dionísio, que acredita na inocência do filho dele, foi embora satisfeito com a pena aplicada à Edna. O menor cumpriu pena de três anos pela participação na chacina, foi solto, e está detido novamente por roubo.

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