Franca acaba de ultrapassar uma marca aguardada com expectativa há anos por suas principais lideranças políticas e que deve provocar mudanças significativas na composição de forças que leva à escolha de seus governantes: 200 mil eleitores.
O relatório mensal do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), divulgado anteontem, mostra que Franca fechou o mês de março com 200.209 eleitores registrados e aptos a votar. A partir de agora, as disputas que definem o prefeito da cidade serão decididas em dois turnos. A regra vale já para a sucessão de Sidnei Rocha, em outubro de 2008, e coloca Franca numa espécie de pelotão de elite das cidades brasileiras. O País tem 5564 municípios. Em apenas 68 deles, incluídas as capitais, a eleição é decidida em dois turnos.
Os universitários e migrantes são os principais responsáveis pela maior parte do crescimento no eleitorado francano. “Franca se tornou uma cidade universitária e muitos estudantes nos procuram diariamente para tirar ou transferir títulos”, diz Ronaldo Luís Tristão, chefe da 291ª Zona Eleitoral (Cartório da Estação). “Outra grande movimentação é das pessoas que se mudaram para cá após Franca ser mencionada em reportagens como uma ‘meca’ do emprego”.
A disputa em dois turnos promete transformar as eleições em Franca: no lugar de uma corrida muitas vezes estabanada pelo maior número de votos, uma luta mais estratégica e pensada. A vitória simples no dia 3 de outubro não garante mais a cadeira de prefeito ao vencedor, que terá que articular alianças, muitas vezes com adversários, para conseguir a maioria absoluta de votos (metade mais um) no segundo turno.
A eleição de Sidnei Rocha, em 2004, é um bom exemplo de como muda o jogo. Se houvesse segundo turno na ocasião, Rocha, que obteve 36,9% dos votos válidos em 3 de outubro, teria que retomar a campanha para enfrentar Marco Aurélio Ubiali num segundo turno. Ambos lutariam, então, pelos apoios de Cassiano Pimentel, Gilson de Souza e Ruy Pieri, derrotados no primeiro turno, mas capazes de influir e decidir a eleição a favor de um dos dois candidatos no segundo turno.
Para o diretor da Faculdade de Direito de Franca e juiz eleitoral aposentado, Euclides Celso Berardo, o sistema funciona. “O segundo turno evita que em uma eleição com grande pulverização de votos um candidato sem a maioria absoluta dos eleitores vença. Faz valer, de fato, a vontade da maior parte do eleitorado”, disse Berardo.
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